Editar...
 











Adenocarcinoma gástrico
Adenocarcinoma de estômago; Gastric adenocarcinoma. Classificação proposta em 1926 por Robert Borrmann (1870-1943), patologista alemão.
Sexo: >M, 2x1. Idade: Não informada. Distribuição. Diagnóstico diferencial.
Epidemiologia: . Incidência em declínio. Tipo mais comum de câncer gástrico. Representa o segundo tumor mais comum no mundo. Entretanto sua incidência varia muito, sendo particularmente alta em países como Japão e quatro a seis vezes menos comum nos Estados Unidos. Massa abdominal, palpável, em <20%. LOCALIZAÇÃO: Os de piloro e pequena curvatura respondem pela grande maioria dos casos. Os da região do cárdia podem originar-se no chamado esôfago de Barrett (metaplasia gástrica da porção terminal do esôfago consequente a esofagite de refluxo). Adenocarcinoma da pequena curvatura do estômago (local habitual), cuja forma macroscópica é a classificada como Borrmann tipo 2, ou seja, forma ulcerativa de bordos salientes. PROGNÓSTICO: METÁSTASE para o fígado, o tumor de origem é desproporcionalmente pequeno, se compararmos com o volume coletivo das metástases hepáticas, Os carcinomas do tubo digestivo (estômago e cólon) dão preferencialmente metástases hepáticas porque são drenados pela veia porta. Os carcinomas gástricos frequentemente dão metástases para o linfodo sentinela supraclavicular (Virchow) como a primeira manifestação clínica de uma neoplasia oculta. Anel de sinete (era usado na época medieval para carimbar o lacre quente em documentos). HISTÓRIA PESSOAL:. Esôfago de Barrett. CLASSIFICAÇÃO: I- Massas intraluminais polipóides ou fungiformes. II- Massas ulcerantes, forma ulcerativa de bordos salientes (tipo II na classificação de Borrmann). III- Superficial disseminante ou câncer gástrico precoce, confinado à mucosa ou submucosa (com ou sem gânglios linfáticos) e com excelente prognóstico. IV- Difusamente disseminados (linite plástica), expressão máxima do crescimento endofítico. Borrmann 1 = polipóide; 3 = ulcerativa de bordos não-salientes; 4 = difuso ou linite plástica.
Clínica:. Dispepsia. Dor abdominal, epigástrica, vaga. Anorexia. Saciedade precoce. Perda de peso. Palidez cutâneo-mucosa. Hematêmese. Melena. Vômitos, pós-prandial. Disfagia, progressiva. Tumor abdominal, palpável, eventual. Mudança de hábito alimentar. Hepatomegalia, por metástase, eventual.
Laboratório: HEMOGRAMA:. Hematócrito diminuído. Diagnóstico, Anemia ferropriva. PLASMA:. Alfa-fetoproteína aumentada. FEZES:. Sangue oculto, guaiaco-positiva. ENDO:. com rapagem ou biópsia, altamente sensível. SERIGRAFIA alta com bário:. Dificuldade de identificar lesões pequenas e de distinguir ulcerações benignas de malignas. TC:. Positivo. ULTRASSONOGRAFIA ENDOSCÓPICA:. Positivo. A variante difusa é composta de células mucosas do tipo gástrico, as quais geralmente não formam glândulas, mas permeiam a mucosa e a parede como células individuais soltas ou pequenos ninhos, com padrão de crescimento infiltrativo. Nesta variante, a formação de mucina expande as células malignas e empurra o núcleo para periferia, criando um aspecto em anel de sinete. MORFO do estômago:. Macroscopia do estômago com tumor Borrmann tipo 2, pequena curvatura do estômago, forma ulcerativa de bordos salientes. Macroscopicamente são três padrões de crescimento do carcinoma gástrico, exofítico, com protrusão da massa tumoral em direção à luz; aplanado ou deprimido, no qual não há massa tumoral óbvia dentro da mucosa e escavado, onde existe uma cratera mais ou menos profunda na parede do estômago. Microscopicamente são dois tipos mais importantes, variante intestinal e a variante difusa. O primeiro tipo é composto de glândulas intestinais neoplásicas que lembram as do adenocarcinoma colônico, que permeiam a parede gástrica mas tendem a crescer ao longo de várias frentes coesas em um padrão expansivo. As células neoplásicas frequentemente contêm vacúolos apicais de mucina, e mucina abundante pode estar presente nas luzes glandulares. Macroscopia do estômago no adenocarcinoma gástrico, volumoso tumor exofítico, aspecto polipóide, localizado na região pilórica junto ao duodeno, dilatação gástrica por subobstrução do piloro, a superfície de corte irregular é atribuida a necrose central. Macroscopia do estômago no adenocarcinoma gástrico indiferenciado, praticamente não há formação de estruturas glandulares, origem do tumor é a mucosa gástrica, onde muitas células produzem muco, as células neoplásicas também produzem muco, citoplasma na forma de um grande vacúolo, que desloca o núcleo para a periferia, célula pode parecer um anel, onde o núcleo forma a pedra daí a comparação clássica com anel de sinete, as células são soltas, não constituem agregados com luz, por isso, ficam arredondadas, podem ser confundidas numa primeira vista com macrófagos, núcleo hipercromático e volumoso em relação ao citoplasma (perda da relação núcleo-citoplasma, uma das características das neoplasias malignas), infiltra difusamente todas as camadas do estômago da mucosa à serosa, o melhor lugar para identificar a infiltração é a camada muscular, onde as células neoplásicas contrastam com as fibras musculares lisas. Microscopia do estômago no adenocarcinoma gástrico, presença de metaplasia intestinal, células tumorais formando glândulas; massas sólidas ou estruturas polarizadas. Neoplasia ulcerativa. Bordos salientes (Borrmann II). Bordos não salientes (Borrmann III). Necrose, na região central. Descamação, na região central. Espessamento da parede do estômago. Infiltração de todas as camadas da mucosa à serosa, e se propaga por continuidade ao grande epíploo. grande epíploo semelhante a um avental. Células neoplásicas pequenas e escuras camada muscular do estômago, que parecem macrófagos, contrastam com as células musculares lisas róseas. Células neoplásicas produtoras de muco, que pode ser observado no citoplasma na forma de um material róseo claro, que desloca o núcleo para a periferia. Célula em anel de sinete, soltas, arredondadas, com vacúolo central contendo muco, não formam estruturas glandulares com luz, podem ser confundidas com macrófagos, núcleo hipercromático em relação ao citoplasma, núcleo volumoso em relação ao citoplasma. Perda da relação núcleo-citoplasma. MORFO do linfonodo com metástase de adenocarcinoma de estômago:. Tecido linfóide normal com cor roxa mas grande parte do corte é constituída por tumor metastático (áreas róseas). As células neoplásicas provêm do estômago e chegaram ao linfonodo pelos vasos linfáticos (portanto, um exemplo de metástase por via linfática). As células neoplásicas no linfonodo mostram o aspecto em sinete ainda melhor que no estômago, embora isto seja só uma casualidade. A tonalidade do citoplasma pode ser mais rósea ou mais clara dependendo da composição química e da hidratação do muco. Macroscopicamente, temos a chamada linite plástica. O tumor causa espessamento difuso da parede gástrica, tornando-a rígida, e leva à perda das pregas da mucosa. O aspecto lembra uma bolsa de couro e é classicamente comparado a um odre de vinho (leatherbottle stomach). No fragmento de linfonodo vemos uma metástase do tumor. É característico que os carcinomas dêem metástases por via linfática (embora também sejam comuns metástases hematogênicas). As células tumorais penetram em vasos linfáticos do órgão de origem e vão ter aos linfonodos que drenam a linfa daquela área. Instalam-se no linfonodo e podem substituir completamente os linfócitos pré-existentes. Aqui ainda é possível observar linfócitos, estando as células neoplásicas localizadas principalmente nos seios linfáticos. O aspecto em anel de sinete é mais facilmente observável no linfonodo que no próprio estômago, mas isto é apenas uma casualidade. O contrário poderia perfeitamente bem ter ocorrido. MORFO do fígado:. com metástase de adenocarcinoma de estômago:. Hepatomegalia, 5.800 g (normal 1200 g). Contraste entre o aspecto esbranquiçado dos nódulos neoplásicos e a cor vinhosa do fígado. Nódulos múltiplos, tamanho variado, na superfície externa, na superfície de corte. Necrose central, em muitos casos. Depressão (umbilicação) na superfície externa. MORFO da metástase:. Adenocarcinomas do estômago:. A - na região pilórica, com metástase hepática; B - na pequena curvatura. Os dois estômagos são mostrados em duas faces da mesma peça. Na face A, volumoso tumor exofítico, com aspecto polipóide, na região pilórica junto ao duodeno. A dilatação gástrica deve-se à subobstrução do piloro. Em cima, fragmento de fígado mostrando nódulo metastático com cerca de 1 cm., bem delimitado como costumam ser as metástases. A superfície de corte irregular pode ser atribuida a necrose central. Na face B, um carcinoma de pequena curvatura, ulcerativo e de bordos salientes. O tumor lembra o da peça acima, com a diferença que a região central sofreu necrose e descamou. Como isto não ocorreu nas bordas, elas permanecem e fazem saliência na luz. Histologicamente ambos correspondem a adenocarcinomas, provavelmente bem ou moderadamente diferenciados.
Erro em