Universidade Federal do Ceará

Faculdade de Medicina

Objetivos cognitivos de aprendizagem

 

Citologia e Bioquímica

 

1) Hans e Zacarias Jensen, em 1590, inventaram o microscópio. Robert Hooke (1635-1703), em 1667, observando fatias de cortiça ao microscópio, por ele aperfeiçoado, constatou a existência de pequenos compartimentos vazios, aos quais deu o nome de célula.

2) A Teoria celular de Schleiden e Schwann (1838) postula que: A célula é a menor unidade viva e estrutural de todos os seres vivos. As propriedades do organismo dependem das propriedades de suas células isoladamente. A origem das células são outras células.

3) Nos procariontes (células procarióticas dos domínios Bacteria e Archea) como nas mitocôndrias, o DNA constitui uma só molécula, a cápsula, localizada por fora da parede celular nem sempre existe, assim como não existe compartimentalização citoplasmática.

4) O poder de resolução máximo do miscroscópio óptico é a capacidade deste intrumento de fornecer imagens separadas de dois pontos próximos. Limite de resolução é a distância mínima (0,2 um = 2.000 A) entre estes dois pontos.

5) O poder de resolução do microscópio óptico, P = NA/(0,61xI) onde NA é abertura numérica da objetiva e -l- é o comprimento de onda da radiação que ilumina o objeto. O liminte máximo de resolução do microscópio óptico é de 3.000 A.

6) Quando se usa objetiva de imersão, a distância de trabalho (de apenas 0,13 mm) é preenchida com o óleo de cedro porque este apresenta o mesmo índice de refração da lâmina de vidro, evitando refração dos raios de luz que segue diretamente para a objetiva.

7) Na prática, para aumentar até o poder máximo de resolução do MO (0,2 um) se posiciona o revólver na objetiva de imersão (aumento de 90a100x, NA = 1,25) que, multiplicado pelo aumento da ocular, amplia 1.000x o campo observado de 0,15 mm de diâmetro.

8) Na ME, o feixe de elétrons incide na amostra causando a emissão de elétrons com espalhamento de energia, os quais são coletados e amplificados fornecendo o sinal elétrico para modular a intensidade de um feixe de elétrons em um écran fosforescente.

9) Atualmente, o limite de resolução do microscópio eletrônico de transmissão é de 1 A, o de varredura de 30 A, o microscópio óptico de 3.000 A e do olho humano (0,1 mm, 100 um ou 1.000.000 A - 1 milhão de vezes menos que o ME de transmissão).

10) A microscopia eletrônica de varredura (MEV) permite a análise de superfícies irregulares por apresentar uma excelente profundidade de foco. A de transmissão permite a análise de defeitos e fases internas da amostra, como discordâncias, empilhamento, etc.

11) A microscopia eletrônica (ME) é uma técnica que permite estudar a ultra-estrutura dos componentes celulares. Os três tipos básicos de ME são: 1- de transmissão (MET), 2- de varredura (ou MEV) e, 3- de tunelamento (ou MEVT) para visualização de átomos.

12) A vantagem da utilização dos elétrons no microscópio eletrônico é baseada na equação de De Broglie, este físico associou a natureza dualista da luz ao comportamento do elétron e combinou as equações de Einstein e Planck (mc2 = hu) resultando em I = h/mv.

13) No microscópio eletrônico de varredura (MEV), o feixe de elétrons de alta energia incide na superfície da amostra onde parte do feixe é refletida e coletada pelo detector. O seu poder de resolução é muito superior ao do microscópio óptico (100x mais).

14) O transporte de proteínas (moléculas hidrosolúveis) ocorre por secreção (exocitose) através da membrana celular (um mecanismo Ca+2 dependente). Por outro lado, o transporte de lipídios através da membrana ocorre por difusão simples (como o CO2).

15) A importância da fluidez da membrana é evidenciada no processo de formação de vesículas membranares onde a clatrina, uma proteína composta por 6 subunidades (3 cadeias pesadas, de 91 kDa, e 3 cadeias leves, de 23-27 kDa) é muito importante.

16) O simporte (co-transporte de duas substâncias em um mesmo sentido) de glicose/Na+ através da membrana apical (borda em escova) da célula epitelial do intestino delgado ou do epitélio renal do túbulo proximal é um exemplo de transporte ativo secundário.

17) O processo de transporte através da membrana por difusão simples ou facilitada só ocorre a favor de um gradiente de concentração (químico ou elétrico), sempre há gasto de energia livre, mas não de energia metabólica, onde há quebra de ATP ou de GTP.

18) O mosaico fluido se mantém através de sua associação com elementos do citoesqueleto (um conjunto de fibras de natureza protéica, formado por microtúbulos, microfilamentos e filamentos intermédios cuja função é a motilidade celular e a forma da célula).

19) O transporte de moléculas polares através de uma biomembrana não é função da bicamada lipídica (5nm de espessura e hidrofóbica) e sim de proteínas transportadoras (carreadoras) que podem ser agrupadas em três classes: canais, carreadores e bombas.

20) Células eucarióticas (possuem núcleo, portanto, são compartimentalizadas) se diferenciam das procarióticas pela presença da membrana nuclear. As eucarióticas são mais recentes na escala evolucionária e possuem organelas e membranas intracitoplasmáticas.

21) A presença de colesterol na membrana plasmática diminui a fluidez latero-lateral da membrana (o colesterol pertence a classe de lipídeo esteróide cujo núcleo ciclopentano-peridrofenantreno é a estrutura básica e que inclui seus derivados e a vitamina D).

22) Nos processos de transporte ativo primário (gasto imediato de ATP) apenas um aumento de área não aumenta o transporte, por outro lado, nos processos por difusão simples o aumento da área é um dos fatores que aumentam o transporte (Lei da difusão simples).

23) A característica biológica essencial das biomembranas é a presença de proteínas e, entre todas estas, a mais famosa é a bomba de Na+/K+ ATP dependente, que cria e mantém um gradiente extra-intracelular de Na+ e um gradiente intra-extracelular de K+.

24) As moléculas liposolúveis se difundem passivamente pelo componente lipídico das membranas e o transporte é denominado de difusão simples. A difusão facilitada ocorre quando há a necessidade de um facilitador para que haja a difusão (como a da glicose).

25) As moléculas de colesterol (hidrofóbica) se localizam entre as caudas hidrofóbicas das moléculas de fosfolipídios no meio da membrana. O glicocálix (hidrofílico) é composto de glicoproteínas e glicolipídios voltadas para o meio aquoso extra/intra celular.

26) A membrana celular é constituida por uma bicamada de fosfolipídios e por proteínas globulares que se deslocam (flutuam) lateralmente, algumas expostas ao meio intracelular, outras ao meio extracelular e ainda outras atravessando toda membrana.

27) Os três folhetos das biomembranas (vistas ao ME) são heterogênios tanto quantitativa quanto qualitivamente, uma vez que as proteínas que formam os folhetos externos podem se apresentar somente em um dos lados da membrana.

28) O estado de fluidez da membrana plasmática é diretamente proporcional ao número de duplas ligações (insaturação) e inversamente proporcional à proximidade e comprimento das caudas dos hidrocarbonetos e da quantidade de colesterol entre os fosfolipídios.

29) As balsas lipídicas (microdomínios especializados da membrana) estão acopladas à regiões da monocamada interna que contêm proteinoquinases sinalizantes, estas, quando ativadas iniciam a cascata de sinalização intracelular.

30) Os fosfolipídeos formam a a maior parte da bicamada lipídica da membrana plasmática, posicionando seus grupamentos fosfatídicos na superfície externa/interna da célula, enquanto as cadeias de ácidos graxos são voltados para o seu interior apolar.

31) Nas biomembranas, a estabilidade da bicamada lipídica é consequência da interação dos grupos apolares dos ácidos graxos dos fosfolipídeos anfipáticos. O grupamento fosforilado hidrofílico evita a formação de um único glóbulo de ácido graxo.

32) Quanto maior for a concentração de ácidos graxos com cadeia saturada nas moléculas de fosfoplipídeos, menor será a fluidez da membrana e maior o grau de compactação, isto porque essas cadeias são muito flexíveis e interagem com as cadeias vizinhas.

33) Os microdomínios (regiões) especializados da membrana (balsas lipídicas) são compostos principalmente de esfingolipídios, mas não são exclusivas da membrana plasmática, eles também estão presentes no sistema de endomembranas intracelulares.

34) Vista ao microscopia eletrônico, a membrana plasmática apresenta uma aparência trilaminada (uma bicamada de fosfolipídeos envolvida por duas camadas protéicas) que pode ser explicada pelo modelo do mosaico fluido (Singer e Nicholson - 1972).

35) A parede celular (celulósica), presente em todas as células vegetais, é um envoltório externo, espesso e relativamente rígido, formada por longas microfibrilas de celulose e totalmente permeável (não seletiva), cujas funçõe são de proteção e resitência.

36) A parede celular bacteriana é essencial para o seu crescimento e desenvolvimento normal. É constituída por peptideoglicanos, um componente heteropolimérico que lhe dá estabilidade mecânica rígida (por sua estrutura altamente cruzada) formando um cinturão.

37) Os peptídeoglicanos (mureína) é formado por 2 tipos de açúcares (o ácido N-acetilmurâmico e a N-acetilglucosamina) e alguns aminoácidos. É a estrutura que confere rigidez à parede celular de bactérias e a protege de lise em meio hipotônico.

38) A principal diferença entre os organismos eucariotos (animais, plantas, fungos e protozoários) e os procariotos (bactérias e cianobactérias - as algas azuis) é a presença de carioteca (membrana nuclear), portanto os eucariotos são compartimentalizados.

39) A mitocôndria apresenta limitada autonomia metabólica já que algumas proteínas da fosforilação oxidativa, enzimas metabólicas, DNApolimerases, RNApolimerases, proteínas ribossomais e os fatores reguladores do mtDNA são codificados pelos genes do núcleo.

40) As mitocôndrias possuem pequenos anéis de mtDNA e, por isso, podem se reproduzir sozinhas, independentemente do que acontece no núcleo. Esse mtDNA codifica algumas proteínas mitocondriais, mas outras são fornecidas a partir do DNA armazenado no núcleo.

41) O DNA mitocondrial (DNAmt) tem somente 37 genes (13 são codificadores de proteínas, 2 de subunidades ribossomais (rRNAs) e 22 de tRNAs), todos codificando os componentes essenciais da Fosforilação Oxidativa e da síntese das proteínas mitocondriais.

42) A membrana interna da mitocôndria é rica em cardiolipina o que dificulta a passagem de íons. A síntese de ATP é proveniente do gradiente eletroquímico de H+ gerado entre os dois lados da membrana interna ao utilizar a energia dos elétrons do NADH e FADH2.

43) As proteínas das membranas mitocondriais codificadas pelo genoma nuclear mitocondrial (mtDNA) que possuem um peptídeo de sinalização próxima à extremidade amino-terminal são sintetizadas por ribossomos livres no citossol, não na mitocôndria.

44) Dos 37 genes do genoma mitocondrial, 24 são produtos maduros de RNA, sendo 22 para moléculas de mtRNA (transportador mitocondrial) e 2 para RNA ribossômico, além disto, há 13 genes que codificam polipeptídeos sintetizados nos ribossomos mitocondriais.

45) As 3 principais funções da mitocôndria são: 1- reprodução, 2- síntese de ATP, 3- geração de espécies reativas tóxicas de oxigênio e 3- regulação da apoptose (abertura de canais PTPmt não específicos da membrana mitocondrial interna).

46) Chaperoninas mitocondriais garantem o dobramento correto de proteínas que chegam à matriz, oriundas do citossol. Seu nome vem de chaperone que, em inglês, significa acompanhante, uma maneira de indicar sua condição de auxiliar de outras proteínas.

47) A famílias de enzimas SIR-2 (aumenta a longevidade das células de levedura) é uma classe de proteínas desacetilase NAD+-dependente que é ativada pela oxidação de moléculas de NADH + H+ ocorrendo, em grande parte, na membrana mitocondrial interna.

48) A mitocôndria possui duas membranas limitantes: a membrana externa e a interna, esta última é fortemente pregueada. Entre estas duas membranas existe um espaço (espaço inter-membranar de baixo pH). A membrana interna encerra a matriz mitocondrial.

49) Na mitocôndria, a membrana externa é separada da interna pelo espaço inter-membranar. A membrana interna limita a matriz mitocondrial, onde existem enzimas, ribossomas (tipo pro-cariótico) e mtDNA que codifica as proteínas necessárias à respiração.

50) As porinas são proteínas responsáveis pela alta permeabilidade da membrana mitocondrial externa. A interna é impermeável a íons e permeável ao ATP, ADP e Pi. A troca entre o ATP da matriz e ADP do espaço intermembrana pode ser bloqueada por antibióticos.

51) A membrana mitocondrial interna é permeável ao ATP, ADP e Pi, mas é impermeável ao NAD+, NADH, H+, acetil-CoA, oxalacetato (isto mantém a alta concentração destes compostos na matriz). É permeável ao citrato, glicerol-P e dihidroxiacetona-fosfato.

52) Mitocôndrias são organelas relativamente independentes (possuem seu próprio material genético - mtDNA e ribossomos), entretanto algumas proteínas essenciais à suas funções são codificadas pelo genoma nuclear e sintetizadas em ribossomos livres do citosol.

53) As mitocôndrias são capazes de síntese de proteína. Somente a mãe, através dos óvulos, transmitem os genes mitocôndriais à sua prole, portanto, todas as proteínas constituintes da mitocôndria são transmitidas via DNA microssomal materno (mtDNA).

54) Uma mitocôndria se origina da reprodução de outra. Na divisão celular as mitocôndria se separam em dois grupos, mais ou menos iquais. As mitocôndrias do espermatozóide não penetram no óvulo, assim, todas elas são originárias do óvulo (mtDNA).

55) Em uma volta do ciclo ácidos tricarboxílicos a acetil-CoA é oxidada liberando 2 C na forma de CO2, mas estes, não são provenienete do seu grupo acetil (-CCH3O) e sim da estrutura do Oxaloacetato além disso, 2 átomos de Oxigênio são provenienetes da H2O.

56) Uma reação de descarboxilação simples é catalizada pelas carboxi-liases (carbono-carbono liases), onde o grupo carboxilo é eliminado de um composto na forma de CO2. A mais conhecida é a reação de conversão do priruvato a acetaldeído e daí a etanol.

57) As coenzimas de óxido-redução (NAD+ e FAD) reduzidas no ciclo Krebs são reoxidadas ao doar os elétrons para os transportadores da cadeia respiratória mitocondrial, causando nestes, um processo de redução (o receptor recebe elétrons).

58) No Ciclo de Krebs, para cada volta, é gerado 3 NADH (isocitrato - alfa-ceto-glutarato, alfa-ceto-glutarato - succinil-CoA, malato - oxaloacetato), 1 FADH2 (succinato - fumarato) e 1 GTP (succinil-CoA - succinato), no total, forma 12 ATPs.

59) Em cada volta do Ciclo de Krebs, 1 mol FAD é reduzido a 1 mol de FADH2, que representa a redução de dois equivalentes de H+, e, simultâneamente, são liberados 2 moles de CO2. Número de equivalentes-gramas = massa em gramas / equivalente-grama.

60) Em células eucarióticos (káryon, grego = núcleo), o Ciclo de Krebs se localiza na mitocôndria. Todas as enzimas do ciclo se localizam na matriz mitocondrial, exceto a Succinil-CoA-sintetase (Complexo II) que se localiza na membrana mitocondrial interna.

61) As 3 reações anapleróticas (reações de reposição) do Ciclo de Krebs são: 1- piruvato (piruvato carboxilase) ocaloacetato, 2- fosfo-enol-piruvato (fosfo-enol-piruvato carboxilase) oxaloacetato e 3- piruvato (enzima malato citoplasmática) malato.

62) O Ciclo de Krebs tem caracter anfibólico porque as enzimas deste ciclo além de participarem na oxidação da acetil-CoA (catabolismo) também participam em processos anabólicos como a síntese de ácidos graxos a partir de acetil-CoA (reação cataplerótica).

63) A oxidação completa dos aminoácidos que geram intermediários do Ciclo de Krebs só ocorre nos tecidos que tenham a enzima Fosfoenolpiruvato carboxiquinase (uma Liase limitante da gliconeogênese, presente no fígado, rim, tecido adiposo, mama e intestino).

64) O Ciclo de Krebs, descoberto por Hans Krebs (1900-1981), corresponde à uma série de 8 reações químicas. É também é chamado de ciclo dos ácidos tricarboxílico, mas apenas os 2 primeiros o são, ou ciclo do ácido cítrico, que se inicia com o citrato.

65) No Ciclo de Krebs o oxalacetato (4 C) é continuamente consumido, uma vez que ele se combina com a acetil-CoA formando o citrato (6 C e primeiro composto), este, depois de 2 descarboxilações posteriores, volta a ser o oxaloacetato, sendo então regenerado.

66) As células eucaróticas sem mitocôndrias são incapazes de metabolismo aeróbico, isto porque, tanto as enzimas do Ciclo de Krebs quanto as da fosforilação oxidativa se localiza nesta organela. As hemácias não tem mitocôndria e seu metabolismo é aneróbico.

67) A principal função do Ciclo de Krebs é gerar equivalentes redutores que são as fontes de produção de energia na cadeia respiratória. A A-CoA produz, a cada volta, 2 CO2, 1 ligação fosfato de alta energia (GTP), 4 equivalentes redutores (3 NADH e 1 FADH2).

68) A lançadeira do malato (fígado, rim e coração), envolve a redução do oxalacetato a malato pelo NADH no citosol, o antiporte do malato com o alfa-cetoglutarato e a reoxidação do malato a oxaloacetato pelo NAD+ na matriz mitocondrial.

69) A lançadeira do glicerol-3-P (dihidroxiacetona-P + NADH, revesível, glicerol-3-P + NAD+) é catalizada pela desidrogenase citosólica do glicerol-3-P, que se difunde e, na face externa da membrana interna da mitocôndria, tranfere os e- para a coenzima Q.

70) No Ciclo de Krebs ocorre a transferência de elétrons para cofatores de desidrogenases. Para cada Acetil-CoA são formado, 3 moléculas de coenzimas NADH, 1 de FADH2 (coenzimas da família das desidrogenases), 1 molécula de GTP e 2 moléculas de CO2.

71) O transporte de acetil-CoA da mitocôndria para o citosol envolve a 1- formação de citrato (catalizada pela citrato sintetase) na mitocôndria, 2- o transporte de citrato para o citosol e 3- a regeneração de acetil-CoA no citosol (ATP-citrato líase).

72) No ciclo de Krebs, a aconitase (aconitato hidratase, uma liase) é uma enzima metaloprotéica (4Fe-4S) que cataliza a estereoisomerização do citrato para o isocitrato via cis-aconitato. São duas isoenzimas, uma no citoplasma e outra na matriz mitocondrial.

73) A segunda reação do Ciclo de Krebs é a isomerização (mesma fórmula molecular, porém estruturas diferentes) do citrato em isocitrato é catalizada pela aconitase que usa um cluster ferro-enxofre para se ligar ao grupo –OH do carbono teciário do citrato).

74) No Ciclo de Krebs, a reação catalizada pela alfa-cetoglutarato desidrogenase (oxoglutarato desidrogenase, oxoglutarato decarboxilase) que converte alfa-cetoglutarato em succinil-CoA necessita da presença de tiamina pirofosfato, ácido lipóico e de HS-CoA.

75) No Ciclo de Krebs, para a conversão de succinato em fumarato catalizada pela succinato- desidrogenase (da MMI) é necessário a coenzima FAD (Flavina Adenina Dinucleotídeo), uma forma de vitamina B2 (Riboflavina) a outra é a FMN (Flavina mononucleotídeo).

76) A succinato-desidrogenase (inibida pelo malonato e oxaloacetato) converte o succinato em fumarato (reduzindo o FAD) e é a única enzima do Ciclo de Krebs que não está situada na matriz mitocrodrial, e sim, na face interna da membrana interna mitocôndrial.

77) O 2,4-dinitrofenol, dicumarol e fluorocarbonil-cianeto fenilhidrazona (FCCP) são desacopladores porque eles tansportam prótons no sentido contrário dissipando o gradiente de H+ através da membrana interna criado pelo sistema de transporte de elétrons.

78) A deficiência de vitamina B2 (ressecamento e retardo no crescimento) pode afetar o funcionamento da cadeia respiratória, porque, as flavínas (FMN e FAD) são constituintes dos grupos protéticos em cuja estrutura está envolvida em vitamina B2 (riboflavina).

79) Na cadeia respiratória, a entrega de elétrons do NADH2 passa pela FMN (Flavina MonoNucleotídeo), sendo reduzida a FMNH2, que, por sua vez é oxidada pelas proteínas Fe-S ao qual está associada, e, só então, estes são entregues à coenzima Q (ubiquinona).

80) Cianeto (CN-), como outros venenos poderosos, bloqueia a citocromo-oxidase do complexo IV, impedindo a transferência de elétrons para o oxigênio. Como consequência para a produção de ATP pela fosforilação oxidativa, com a hemoglobina totalmente oxidada.

81) O envenamento da cadeia respiratória mitocondrial se dá basicamente através de dois grupos de substâncias: 1- os inibidores dos complexos de transporte (antimicina A1, amobarbital, rotenona) e, 2- os desacopladores da cadeia respiratória (dicumarol).

82) Rotenona (a ptericidina, o demerol, o amital e outros barbituratos) é um inseticida que inibe fortemente a NADH-UQ redutase. Elas inibiem a redução da coenzima Q e a oxidação das porções do grupo Fe-S da NADH-redutase, protanto, após a formação de 1 ATP.

83) A oxidação do NADH formado no citosol é mediado por 2 sistemas, chamados lançadeiras, (1- glicerol-3-P e 2- malato) que permitem oxidar o NADH citosólico (em NAD+ + 2e- + H+), transferindo (lançando) os equivalentes redutores à cadeia respiratória.

84) Um gradiente eletro-químico de prótons (150 mV) entre os dois compartimentos da mitocôndria acopla a cadeia respiratória (que libera energia utilizada para bombear prótons H+ da matriz mitocondrial para o espaço intermembranas) à fosforilação oxidativa.

85) Quando o O2 de receber um elétron de cada vez sem inversão (redução univalente do O2), pode seguir duas rotas: 1) Oxidase: forma H2O após receber 4 e- da cadeia respiratória e, 2- Oxienase: forma radicais livres, recebendo um elétron de cada vez.

86) A Força protomotriz é formada do gradiente de pH transmembrana e do gradiente elétrico (potencial de membrana mitocondrial - PMM). O PMM impulsiona o influxo de H+ e a reentrada de H+ despolariza o PMM e induzindo a fosforilação de ADP gerando ATP.

87) Os H+ produzidos pela cadeia respiratória são concentrados no espaço inter-membranoso, acidifican o citoplasma e gerando um gradiente eletro-químico. No processo redox dos cofatoresenzimáticos, os H+ são obtidos de substratos da matriz mitocondrial.

88) A força motriz protônica (de pelo menos 50 kJ/mol para a ATPsintase poder produzir ATP) é gerada por uma cadeia respiratória que atua como bomba de H+, criando, além do gradiente químico, uma separação de carga elétrica (-150mV em relação à matriz).

89) O 2,4-dinitrofenol é um desacoplador da fosforilação oxidativa (dissipa o gradiente protônico) e não altera o funcionamento da cadeia respiratória, mas como menos ATP é sintetizado o efeito final é o maior consumo de oxigênio e menor produção de ATP.

90) A respiração celular é o processo de conversão das ligações químicas de moléculas de alta energia (fosfoenolpiruvato) para outras de mais baixa energia (ATP e GTP) usada no metabolismo. Ocorre no citoplasma (anaeróbica) e na mitocôndria (aeróbica).

91) A respiração celular é o processo que transfere por processos de oxidação parte da energia química dos substratos (glicose, piruvato, Acetil-CoA, etc) para ligações fosfato do ATP. Oxidação significa perder elétrons (antigamente o O2 era o único aceptor).

92) A síntese de ATP nas mitocôndrias está associada ao trânsito de elétrons ao longo da cadeia respiratória, os 4 NADH geram 10 moléculas de ATP e 1 FADH2 gera 1,5 ATP. Contando com 1 GTP que gera 1 ATP, temos 12,5 ATP para cada molécula de piruvato.

93) Superóxido dismutase consume prótons, convertendo o ânion superóxido em peróxido de hidrogênio e oxigênio molecular. Os sistemas de defesa celular munológico produzem radicais livres para lutar contra partículas ou células estranhas.

94) Quando há aumento da geração de superóxido induzida por Ca2+ e Pi, causa acúmulo de H2O2, que, na presença de Fe2+, gera OH, que oxida grupos protéicos tiólicos (-SH) isto causa o aparecimento do poro de transição na membrana mitocondrial interna.

95) A utilização do O2 pode seguir 4 rotas da oxigenase (formando radicais livres): 1- O2 + 1e- => O2- (radical superóxido), 2- O2 + 1e- + 2 H+ => H2O2 (peróxido de hidrogênio), 3- H2O2 + 1e- => OH- + OH (radical hidroxila) e 4- OH => + 1e- + H+ => H2O.

96) Corantes vitais podem ser usados para demonstrar a presença de rRNA (RNA ribosomal), sintetizado no núcleo (mais específicamente, no nucléolo) da célula. São corpúsculos arredondados de aspecto esponjoso e que não possuem membrana envolvente.

97) Uma célula anucleada pode estar envolvida na síntese de proteína desde que contenha moléculas de RNA mensageiro (mRNA), RNA ribosomal (rRNA) e RNA de transferência (tRNA), como acontece nos reticulócitos (células com retículo).

98) Todos os 4 tipos de RNA (o rRNA ou RNA ribossômico - 80% do total; o tRNA, RNA de transferência ou RNA Transportador - 15% do total e o mRNA ou RNA mensageiro - 5% do total) são sintetizadas em um modelo de DNA no núcleo da célula.

99) George E. Palade (1912-2008), em 1953, usando o microscópio eletrônico foi o primeiro a observar os ribossomos (partículas angulares globulares de diâmetro entre 15-25 nm, PM de 4.200 kD e formadas de 2 subunidades de tamanhos diferentes).

100) O sistema retículo endoplasmático rugoso (SRER) é caracterizado pela alta atividade na síntese de proteínas (tradução da fita mRNA copiada de um gene), e, o retículo endoplasmático liso (SREL), pela alta atividade na síntese de lipídios.

101) O RNA mensageiro (mRNA) representam apenas 5% do RNA celular total e sua síntese envolve transcrição de parte do genoma. O mRNA transfere as informações do DNA para o ribossomo, onde ocorre a síntese protéica. O mRNA é o molde da síntese protéica.

102) A CREB se liga a gens específicos do DNA controlando a síntese de dinorfina (um peptídio opióide endógeno), sintetizado por um subconjunto de neurônios no núcleo acumbente e cuja função é inibir os neurônios provenientes da área tegumentar ventral.

103) Os códons (3 bases que codificam os aminoácidos presentes na fita do mRNA) são reconhecidos pelos anti-códons (formados por sequências específicas de tRNAs) transportadores de aminoácidos e, com a ajuda do RNA ribossômico, se encaixa no códon.

104) A Estreptomicina é um aminoglicosídeo bactericida (Amicacina, Gentamicina, Netilmicina, Tobramicina) que age em procariontes na r-Proteína S12, inibindo a iniciação e provocando erro de leitura, é indicado especialmente em gram-negativos.

105) No lúmen do RE, as proteínas recém sintetizadas podem ser modificadas (pós-tradução) por: 1- remoção da sequência sinal, 2- enrolamento da proteína, 3- formação de pontes de dissulfeto, 4- glicosilação ou 5- adição de lipídeos.

106) As principais organelas envolvidas no movimento celular são os microtúbulos e os microfilamentos, os principais representantes deste últimos são os filamentos de actina atuam no citoplasma na forma de redes ou feixes logo abaixo da membrana plasmática.

107) Os microtúbulos são estruturas cilíndricas ocas formadas por proteínas diméricas chamadas de tubulina (alfa e bata) que se organizam em hélice. Participam no movimento celular, movimento de partículas na superfície da célula e pelo movimento intracelular.

108) Os microtúbulos são estruturas intracitoplasmáticas, com 25 nm de diâmetro, com parede constituída por subunidades de protofibrilas individuais, cuja principal proteína é a tubulina, em comparação, o diâmetro dos microfilamentos é de apenas 5 nm.

109) Microtúbulos são estruturas cilíndricas ocas, não-ramificadas e formadas por proteínas chamadas de tubulina. Participam nos processos de divisão celular, transporte de organelas e no funcionamento de cílios e flagelos (motilidade celular).

110) A polimerização dos microtúbulos axonais depende do grau de fosforilação da proteína Tau, Quando hiperfosforilada, ela é menos efetiva em manter a estabilidade microtúbulos formando filamentos intracelulares (emaranhados neurofibrilares) nos neurônios.

111) A proteína Tau fosforilada (e MAPs) mantêm os monômeros de tubulina unidos (alfa e beta - protofilamento), estabilizando os microtúbulos dos axônios que são estruturas as responsáveis pelo transporte intracelular. Hiperfosforilada, a Tau é menos eficaz.

112) Os microfilamentos (5 a 7 um) consistem em cadeias de proteínas menores em diâmetro que os grânulos de glicogênio. Os grânulos de glicogênio são finos, homogêneos, de tamanho comparável, mas menos eletrodensos, aos ribossomos (20 a 30 nm de diâmetro).

113) Os microfilamentos (5-7 nm) são estruturas lineares, presentes tanto em células musculares (actina alfa) quanto em não musculares como os fibroblastos, enterócitos, endotélio, células da teca, Sertoli, hepatócitos, macrófagos, etc. (actina beta e gama).

114) Os filamentos intermediários do citoesqueleto (não microfilamentos ou microtúbulos) são proteínas filamentosas que além de fazerem parte do sistema de junções inter-celulares tem a função de tornar as células epiteliais resistentes ao estresse mecânico.

115) Grânulos de lipofuscina são grânulos de coloração castanho-amarelado contendo corpos residuais que normalmente se acumulam em alguns tecidos aumentam com a idade e em alguns estados patológicos associados ao processo de atrofia, não são fagossomas.

116) Os grânulos característicos dos mastócitos são grânulos secretórios que contêm substâncias vasoativas, principalmente heparina e histamina. Geralmente a exocitose é consequencia da reação antígeno + anticorpo IgE, com influxo de Ca+2 nos mastócitos.

117) A fosfatase ácida é um marcador de histoquímico característico dos lisossomas. A fosfatase alcalina é uma enzima é originada do epitélio do ducto biliar, membrana canalicular do hepatócito, da próstata e dos neutrófilos.

118) Examinados ao microscópio eletrônico, os lisossomas primários (lisossomas ativos - acidificados - prontos para intervir nos processos de digestão) são estruturas de alta densidade eletrônica (elétron-densas) cuja coloração varia de cinzento a preto.

119) Os corpos multivesiculares são uma forma de corpo residual mais comum em idosos (grânulos de lipofuscina). A Lipofuscina é um pigmento endógeno insolúvel, castanho-amarelado e corresponde a sinais de lesões por radicais livres e peroxidação lipídica.

120) As reações catalisadas pelo sistema de enzimas do Citocromo P450 (CYP450) do retículo endoplásmatico liso (SREL) são 7 reações não sintéticas: Oxidação, Hidrólise, Dealquilação, Desaminação, Desalogenação, Formação de anéis e Quebra de ligações químicas.

121) O retículo endoplasmático liso (agranular) e o rugoso (granuloso, ergastoplasma), se diferenciam, porque, nestes, além da presença de ribossomos, seus túbulos e vesículas são achatadas, no liso os túbulos são cilíndricos. Ambos estão conectados entre si.

122) A função do Retículo Endoplasmático Liso (SREL) é a síntese de lipídios, detoxicação de medicamentos e glicogenólise. No fígado o uso contínuo de alguns tipos de drogas (barbitúricos) causa hipertrofia do SREL, reversível com a interrupção do uso.

123) O sistema P450 está no retículo endoplasmático liso (SREL), específicamente nos microssomos especialmente desenvolvido em células hepáticas. Os microssomos são fragmentos das estruturas tubulares e cisternas do SREL de 100 nm de diâmetro.

124) O diâmetro dos poros nucleares (envoltório nuclear formado por uma membrana dupla) são formado por proteínas conhecidas como nucleoporinas, possuem forma poliédrica e medem de 50 a 80 nm de diâmetro e são muito maiores que os das mitocôndrias (0,5 um).

125) O gene AR é formado por trincas de nucleotídeos CAG (trinucleotídeos CAG ou repetições CAG). Normalmente há de 11 a 33 repetições CAG, na doença atrofia muscular espinhal e bulbar (Síndrome de Kennedy) os pacientes apresentam mais de 40 repetições.

126) O gene é a unidade de informação genética, compondo-se de elementos de transcrição, íntrons e éxons. Os éxons constituem a parte do gene que será traduzida em aminoácidos. Íntrons são trechos de DNA intercalados entre os éxons, que não são traduzidos.

127) Na extremidade de cada cadeia da molécula de DNA há um grupo fosfato ligado ao carbono 5’ do açúcar do primeiro nucleotídeo, enquanto que na outra extremidade há o grupo fosfato ligado ao carbono 3’ do açúcar do último nucleotídeo.

128) A transmissão da Atrofia óptica hereditária (de Leber) obedece ao um padrão clássico de herança materna (não-mendeliana) causados por mutação no DNA mitocondrial. Ambos os sexos são acometidos, mas os homens acometidos não podem transmitir a doença.

129) Os principais componentes nucleares são o DNA, RNA e proteínas (histonas e protaminas). O gene bcl-2 é anti-apoptótico e o p53 (gene do reparo do DNA) é pró-apoptótico, portanto, estes são os principais genes que determinam a apoptose.

130) No Cariótipo 47,XYY há um cromossoma Y adicional por não-disjunção paterna na meiose II, produzindo espermatozóides YY e ocorre em cerca de 1 em 1.000 meninos nascidos vivos. As pessoas acometidas tendem a ter estatura elevada e propensão à acne grave.

131) As células somáticas normalmente contêm o número diplóide de cromossomos, entretanto há casos (raros) de tri ou poliploidia como no Cariótipo 47,XYY (Síndrome do super-macho) causada pela não-disjunção paterna na meiose II, produzindo espermatozóides YY.

132) A presença dos códons UAA, UAG ou UGA (que não codificam nenhum aminoácido) constitui exigência para a dissociação das subunidades ribossomais no final da tradução e funcionam como código de parada na síntese protéica, finalizando uma cadeia protéica.

133) A mutação genética que resulta na síntese da huntingtina não altera a aminoacil-tRNA sintetase específica para a glutamina. Normalmente, o gene huntingtina codifica a proteína com 6 a 34 moléculas de glutamina em uma das extremindade da proteína.

134) Coréia de Huntington é uma genopatia do Cro4p16.3 que resulta da síntese de uma forma alterada da proteína huntingtina, que se acumula em neurônios, degenerando-os (principalmente no núcleo estriado) e causando demência em adultos.

135) A Coréia de Huntington é causada por uma mutação genética denominado expansão CAG tripla repetida no gene que codifica o aminoácido glutamina. O resultado é que a proteína mutante (huntingtina) carrega um elongamento contendo repetição de glutamina.

136) O padrão de herança no Diabetes mellitus tipo 1 é multifatorial. Há risco de 6% para a prole quando parentes de 1º grau são acometidos. Os genes ligados ao HLA e outros loci genéticos juntamente com fatores ambientais são considerados importantes.

137) A doença de Gaucher é a mais comum (14%) das esfingolipidoses e, 99%, é do tipo 1 (não-neuropática). Há deficiência de glicocerebrosidase com consequente depósito de glicose-ceramida (cerebrosídios) nas células do sistema retículo-endotelial.

138) Doença de Tay-Sachs (Idiotia amaurótica familiar) é uma neuropatia hereditária grave que produz uma mancha vermelho-cereja na retina. O padrão de tramissão é autossômica recessiva com mutações no gene que codifica a enzima lisossômica hexosaminidase A.

139) Na Doença de von Recklinghausen (Neurofibromatose do tipo 1) é causada por uma mutação no cromossomo 17. os neurofibromas são numerosos na derme, mas também podem ocorrer em órgãos viscerais e apresentam muitas manchas em café com leite.

140) A Doença do armazenamento de glicogênio tipo I (Doença de von Gierke) é causada por deficiência de glicose-6-fosfatase com glicogenólise hepática diminuída e hipoglicemia acentuada causando convulsões e acúmulos de glicogênio no fígado e no rim.

141) O código genético é a relação entre a sequência de bases (nucleotídeos) no DNA e a correspondente sequência de aminoácidos (proteína). A evidência de sua universalidade é a decodificação da informação viral pela maquinaria de síntese da célula hospedeira.

142) Um casal com um filho com Facomatose de Louis-Bar (Ataxia-telangiectasia) a probabilidade de recorrência na descendência é de 25% já que se trata de uma doença de transmissão autossômica recessiva por mutação do gene ATM.

143) A Hipercolesterolemia pura - tipo IIA de Fredrickson (Hipercolesterolemia familiar) há hipercolesterolemia grave que origina xantomas e doença coronariana prematura, causando aterosclerose e consequente Infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral.

144) As células diplóides (somáticas) contêm 46 cromossomos que funcionam como 23 pares de cromossomos homólogos. Cromossomos homólogos são cromossomos iguais entre si (do grego homoios = igual, semelhante) que juntos formam um par.

145) O mosaicismo é a anormalidades cromossômicas com maior probabilidade de nascimento vivo porque há um maior número de células potencialmente normais que possuem o complemento cromossômico apropriado, seguido de triploidia, monossomia e tetraploidia.

146) A Mucopolissacaridose II (Síndrome de Hunter) é uma genopatia recessiva do cromossomo X causada por deficiência de enzima lisossômica (a-L-iduronidase) e acúmulo de glicosaminoglicanos como o sulfato de dermatan, de heparan, de ceratan e de condroitina.

147) Na Neoplasia maligna da mama feminina a expressão do gene c-Erb-B2 é importante mas NÃO se pode usar o método Northern Blot (que usa uma sonda hibridizadora de RNA para verifica se o gene é ou não transcrito em RNA), porque o gene c-Erb-B2 está no DNA.

148) Na Neoplasia maligna da mama feminina as mutações dos genes BRCA1 e BRCA2 são frequentes na Neoplasia maligna da mama familiar tipo 1 e tipo 2 ou na Neoplasia maligna do ovário, mas não são frequentes nos casos esporádicos (não hereditário).

149) As mutações do gene TP53 (gene supressor tumoral, gene pró-apoptótico) são os achados moleculares mais frequentes em tecidos tumorais como na síndrome de Li-Fraumeni, osteossarcoma clássico, carcinoma de células escamosas, câncer de mama.

150) O Pseudo-hermafroditismo feminino, o cariótipo é 46,XX e é comumente causado por exposição do feto à estimulação androgênica excessiva, como na hiperplasia supra-renal congênita, mas, sexo gonadal é feminino e cariótipo femininos.

151) Doenças genéticas podem ser causadas por alteração na secreção de enzimas (Deficiência da enzima arginase; Síndrome adrenogenital por deficiência total de 21-hidroxilase) ou por modificações específicas na sequência de aminoácidos (Talassemia).

152) A Síndrome de Di George é uma imunodeficiência caracterizada por infecções recorrentes e timo pequeno, malformações congênitas e hipoparatireoidismo causado por síndrome de deleção do cromossoma 22q11, diagnosticado por FISH (análise por hibridização)

153) Na Síndrome de Down (Trissomia do 21 é a aneuploidia que tem a maior probabilidade do feto chegar a termo) há, característicamente, uma única prega de flexão palmar e uma única prega de flexão no quinto dedo. O risco de Leucemia aguda é 15 vezes maior.

154) Alguns casos de Síndrome de Down são causados pela translocação Robertsoniana (que só pode ocorrer nos pares acrocêntricos: 13, 14, 15, 21 e 22) entre os cromossomos 14 e 21 (cromossomo híbrido), o resultado será um gameta com 3 cromossomos 21.

155) A maioria dos casos da Síndrome de Edwards (Trissomia do 18; 47,XY,+18) é causada por eventos de não-disjunção. A maioria dos casos de trissomia do 18 é de natimortos, e é rara a sobrevida além dos 4 meses de idade.

156) A Síndrome de Ehlers-Danlos é causada por um defeito do colágeno que toma os tecidos conjuntivos fracos e frágeis e é transmitida por herança autossômica dominante, recessiva ou recessiva ligado ao X, a pele e as articulações são hiperextensíveis.

157) A expressão genética é o processo no qual a célula sintetiza proteínas a partir do DNA. Na transcrição a informação codificada no DNA é processada no ribossomo via mRNA. Na tradução são sintetizadas proteínas a partir de uma sequência de códons.

158) Na Síndrome de Li-Fraumeni (por herança autossômico dominante negativo) a maioria dos tumores são de muito mau prognóstico e de difícil vigilância e, excluindo a mamografia de mulheres portadoras, não está provado que a vigilância melhore o prognóstico.

159) Síndrome de Marfan (Aracnodactilia) é uma doença autossômica dominante causada por defeitos quantitativos e qualitativos na fibrilina por mutações no gene da fibrilina. A complicação mais séria é a dilatação aórtica com dissecção e/ou rotura.

160) A Síndrome de Turner (Monossomia do X; cariótipos 45,X/46,XX) é a única monossomia na qual há possível sobrevida até o termo. As pacientes que atingem a idade adulta geralmente são mosaicos, com cariótipos 45,X/46,XX.

161) A Síndrome de Turner (cariótipo 45,X) é uma das principais causas de abortamentos no 1º trimestre. No feto, o fenótipo mais típico é, higromas, múltiplas anomalias internas como coractação da aorta e rim em ferradura, dedos superpostos e pescoço curto.

162) Na Síndrome do cromossomo X frágil, o retardo mental é mais frequente sexo masculino e se torna mais grave e precoce na próxima geração por mutação no cromossomo Xq27.3 com repetição de trinucleotídios CGG (250 a 4.000 repetições, normal de 6 a 50).

163) Na gestante com história familiar de Síndrome do X frágil, o fato da PCR nas células amninióticas ser negativa pode significar que o feto não está acometido ou que não há uma mutação grande demais para ser captada e é indicado análise Southern blot.

164) A Síndrome do Cromossomo X Frágil (CroXq27.3) é causada pro uma mutação extremidade 5 do gene do gene FMR-1 com variação do número de cópias de uma repetição instável de trinucleotídeos - CGG, em etapas de divisão celular, ao longo das gerações.

165) Na Síndrome do fantoche feliz (Síndrome de Angelman) é causada pelo gene de Angelman que sofre impressão genômica, silenciado no cromossoma 15 paterno mas ativo no cromossoma 15 matemo. O mesmo ocorre na deleção do gene de Angelman do 15 matemo.

166) A Síndrome do grande artelho-polegar largo (Síndrome de Rubinstein-Taybi) é causada por uma mutação no Cro16 (16p13.3), gene CBP responsável pela síntese da proteína CREB que age como um fator de transcrição para a produção de proteínas específicas.

167) O Xeroderma pigmentoso é uma doença rara, autossômica recessiva (probabilidade de um irmão de um doente ser portador é de 66%. É causada por deficiência na enzima que permite reparo excisional de danos no DNA causado pela luz ultravioleta.

168) Os príons são organismos ainda mais simples que os vírus e não possuem ácido nucleico. São constituídos por proteínas com a capacidade de converter proteínas solúveis à sua configuração insolúvel, que se precipitam em cristais formando placas amilóides.

169) Retrovírus (RNAvírus) se caracterizam pela presença de uma DNA polimerase RNA-dirigida, codificada pelo seu próprio genoma. Eles invadem a célula e, através da enzima transcriptase reversa, fazem a retrotranscrição para o DNA a partir do RNA viral.

170) Nos sistemas biológicos, cada nível hierárquico de organização apresenta novos atributos, ou propriedades emergentes, em relação ao nível anterior, isto porque, a chave da classificação, são exatamente estes atributos ou propriedades emergentes.

171) A incorporação de genes retrovirais (como o HIV) ao genoma de uma célula é causada pela da ação da Transcriptase reversa (DNA polimerase RNA-dirigida) e da integrase (uma proteína de 32 kDa, produzida a partir da porção C-terminal do produto de gene Pol).

172) Os vírus não apresentam organização celular, são limitados por um envelope (cápsula) protéico (ou lipoprotéico) contendo material genético na forma ácido desoxirribonucléico (DNA ou Adenovírus) e/ou de ácido ribonucléico (RNA ou retrovírus) como na AIDS.

173) As proteínas virais do capsídeo (formado por proteínas) e do envelope externo (presente em alguns vírus, com uma estrutura bílipidica composta por fosfolípidos e de algumas proteínas de membrana da célula infectada) são incorporadas da célula infectada.

174) A ativação dos mecanismos de reparo da molécula de DNA (3 bilhões de bases) ocorre quando há danos à fita simples (a outra fita é usada como modelo) ou quebras em fitas duplas (por reparo recombinante ou união terminal não-homóloga - NHEJ).

175) A longevidade é um caráter complexo, resultante da ação integrada de genótipo e meio e, estas múltiplas interações estão sempre presentes em células eucarióticas. Um dos modelos de estudo é um gene associado à longevidade em leveduras, o SIR-2.

176) A transcriptase reversa é uma DNA polimerase RNA-dirigida que realiza um processo de transcrição ao contrário do padrão celular normal, polimerizando moléculas de DNA a partir de RNA, produzido DNA a partir do RNA, é uma enzima essencial nos Retrovírus.

177) Um príon é uma proteína com capacidade de modificar outras proteínas, tornando-as cópias de si mesma e não possuem ácido nucleico. Das 13 espécies de príons, 3 afetam fungos e 10 afetam mamíferos, dentre estes, 7 têm por alvo a espécie humana.

178) Sob determinadas circunstâncias uma célula na fase G0 pode re-entrar no ciclo celular. Na Hepatite A aguda após a necrose, os hepatócitos remanescentes reentram no cicIo celular, proliferam, retomam à fase G0 e se tomando quiescentes novamente.

179) O corpo humano é formado por aproximadamente 10 trilhões de células. Uma célula eucariótica tem o diâmetro médio de 40 mícrons e o diâmetro do núcleo varia de 10 a 20 mícrons. Rins, pele e fígado (30 µm em média). Hemácias (8 µm em média).

180) Em mamíferos, o processo de mitose dura apenas 30 a 60 minutos e, portanto, participa apenas com uma pequena fração do ciclo de fisão celular, de modo que, mesmo em tecidos de intensa divisão celular, as figuras mitóticas são poucas.

181) Durante a mitose (controlada pela Cdc2 quinase), a ruptura do envoltório nuclear envolve a fosforilação de filamentos intermediários da família das laminas (A, B1, B2 e C) atuando como um sítio de ligação da cromatina, organizada em grandes alças de DNA.

182) As Cinases dependentes de Ciclina (CDKs) estão presentes durante todo o ciclo celular, mas só são ativadas em determinadas fases, quando ligadas às ciclinas (variam durante o ciclo celular). Do ponto de vista evolutivo são moléculas altamente conservadas.

183) No ciclo celular, na fase G2 (Gap 2) há: 1- início da condensação da cromatina, 2- formação do complexo da proteína cdc2/ciclina B (MPF) que permanece inativo é fosforilado e desfosforilado em etapas sequenciais e, 3- torna-se ativo e inicia a fase M.

184) O ciclo celular compreende os processos que ocorrem desde a formação de uma célula até sua própria divisão em duas células filhas. Compreende 2 fases: 1- divisão do núcleo (mitose) e do citoplasma (citocinese) e 2- Interfase.

185) O Metabolismo é dividido em: 1- Anabolismo (redutivo e endergônico) é a obtenção de substâncias complexas a partir de sustâncias simples e 2- Catabolismo (oxidativo e exergônico) ocorre quando moléculas complexas são degraddas. O ATP é o elo de ligação.

186) Metabolismo é o conjunto de reações bioquímicas que permitem ao organismo obter a energia e substâncias necessários para a Homeostase. Anabolismo é o conjunto de processos de redução. Catabolismo é o conjunto de processos oxidativos e de degradação.

187) O metabolismo envolve a transformação da matéria e energia, a sequência das reações enzimáticas são chamadas de rotas (vias) metabólicas onde o produto de uma reação é o substrato da reação subseqüente, estas reações metabólicas ocorrem dentro da célula.

188) A equação da glicólise oxidativa aeróbica é: Glicose + 2ADP + 2Pi + 2NAD+ => 2Piruvato + 2ATP + 2NADH + 2H+ +2H2O. A transferência de energia (produção de ATP) ocorre através de reações de oxidação-redução por formação de pares redox (catabolismo).

189) Numa reação redox o agente oxidante é o composto que ganha elétrons e, portanto, é reduzido tornando o outro composto mais oxidado, já o agente redutor perde elétrons através da reação e, portanto, é oxidado. O NADH é, frequentemente, a fonte de redução.

190) Anabolismo (parte do Metabolismo) é a síntese de moléculas complexas a partir de moléculas mais simples, com aumento da energia interna por transferência de energia de outras moléculas como o ATP, GTP ou redutores como o NADH, NADPH e FADH2.

191) Nas reações de óxi-redução celulares, os substratos orgânicos são oxidados em várias etapas por compostos que se reduzem ao receberem elétrons do composto oxidado. A ordem da transferência é definida pelo potencial redox (o O2 é o tem o maior potencial).

192) O Potencial redox é a Força eletromotriz que expressa a afinidade de um par redox por elétrons, ou seja, o fluxo ocrre do menor para o maior potencial redox (ou, no sentido de menor quantidade de energia livre para a maior quantidade de de energia livre).

193) Potenciais de redução: Eo' alto indica tendência de redução, a equação ?Go' = -nF(?Eo') é curcial, sendo ?Eo' = Eo'(aceptor) - Eo'(doador) e ?Go‘= -nF(Eo'(O2) -Eo'(NADH)). ?Go‘= -nF(0.82 –(-0.32)) = -nF(1.14) = -2(96.5 kJ mol-1V-1)(1.136) = -220 kJ/mol.

194) A Bioquímica (estudo da química da vida) é o ramo da ciência que faz a ponte entre a Biologia (estudo das estruturas e interações das células e organismos vivos) e a Química (estudo das estruturas e interações entre átomos e moléculas).

195) O estudo da Bioquímica compreende: 1- propriedades químicas e estrutura tridimensional metabolismo das biomoléculas, 2- mecanismos de regulação das reações, 3- funções das proteínas, 4- expressão da informação genética, transmisão e função proteômica.

196) A primeira reação da via das pentoses fosfato é a desidrogenação da glicose-6-fosfato pela glicose-6-fosfato desidrogenase, formando a 6-fosfoglicono-d-lactona que é hidrolizado por uma lactonase formando o ácida livre 6-fosfogliconato e NADPH.

197) Os monossacarídeos (oses) podem ocorrer em formas cíclicas resultantes da reação intracadeia. Quando a interação ocorre entre os carbonos 1 e 4 forma-se a alfa-glicose furanósica (grupos OH na posição cis) ou forma beta-glicose furanósica (posição trans).

198) Quimicamente, os carboidratos monossacarídeos são divididos em aldoses (com um grupo funcional aldeído, -COH, como o gliceraldeído) e cetoses (com um grupo cetona, =CO, como a dihidroxacetona), todos os outros carbonos possuem uma hidroxila, -OH.

199) Os carboidratos, fórmula geral (CH2O)n, (os mais importantes são as pentoses, 5 e hexoses, 6), Participam na estrutura celular, em processos de reconhecimento, adesão e interação entre células. Os menores (n = 3) são a dihidroxiacetona e o gliceraldeído.

200) As hexoses (glicose), contendo 6 átomos de carbono, são os monossacarídeos (não sofrem hidrólise) mais abundantes na natureza, sendo encontradas em microorganismos, células vegetais e animais. O amido e a celulose são polímeros de glicose.

201) A glicólise anaeróbica é dividida em 2 fases: 1- Preparatória, gasta 2 ATPs, vai até gliceraldeído-3-fosfato e diidroxicetona-fosfato e há aumento da energia livre. 2- Pagamento, produz 4 ATPs, vai até o piruvato. Para cada glicose há um saldo de 2 ATPs.

202) Na fermentação alcoólica realizada por leveduras, o ácido pirúvico é convertido em etanol e CO2 em 2 etapas: 1- o ácido pirúvico é descarboxilado e forma-se acetaldeído e 2- o acetaldeído é reduzido pelo NADH a etanol (fabricação de pão, vinho e cerveja).

203) Os carboidratos, fórmula geral (CH2O)n, são classificados em mono, di e polissacarídeos, os primeiros são classificados como polihidroxialdeídos (aldoses) ou polihidroxicetonas (cetoses), dependendo da posição que o grupamento carbonila ocupa na molécula.

204) Os fosfolipídios são os principais componentes estruturais da membrana celular e os fosfolipídios mais comuns são os glicerofosfolípidos, compostos por dois ácidos gordos e um grupo fosfato ligados a uma molécula de glicerol por ligações éster.

205) A lactose (galactose beta-1,4-glicose) é um dissacarídeo formado pela galactose e glicose, unidos por uma ligação do tipo_A (1-4), o que a confere um alto poder redutor (exceto a sacarose, a maioria dos monossacarídeos e dissacarídeos são redutores).

206) A sacarose cana de acúcar e da beterraba é um dissacarídeo não redutor já que o teste na reação de Benedict é negativo. A hidrólise gera glicose e frutose (nesta reação são agentes redutores) que oxidam o Cu+2, parecido com o que ocorre no citocromo a3.

207) A sacarose da cana de acúcar é um dissacarídeo (glicose e frutose) não redutor, formado por ligação covalente O-glicosídica que ocorre quando um grupo hidroxila de uma molécula reage com o carbono anomérico da outra (que forma o hemicetal) .

208) A sacarose é composta por uma molécula de alfa-D-glicose e uma de beta-D-frutose, unidos por uma ligação glicosídica os átomos C1 da glicose e C2 da frutose. É um dissacarídeo não redutor porque os grupos químicos redutores participam na ligação.

209) O glicogênio é armazenado no citoplasma, especialmente do hepatócito e do músculo esquelético. Para a visualização de polissacarídeos simples (glicosaminoglicanas mucopolissacarídeos) são Carmim de Best e a técnica do PAS (Periodic Acid-Schiff).

210) O glicogênio é um polímero glicose por ligações glicosídicas alfa-1,4 e, nos locais de ramificação, alfa-1,6. Cada molécula é ligada ligada glicogenina por uma ligação alfa-1,4; que estar na gênese do glicogênio funcionando como iniciador (primer).

211) A ligação glicosídica (ligação covalente por reação de condensação) tipo_A ocorre entre os carbonos 1,6, conferindo alto grau de ramificação o que impede a formação de uma estrutura em hélice, menor rigidez e maior hidrosolubilidade que a do tipo_B (1,4).

212) A presença de polissacarídeos pode ser determinada pela técnica do PAS (Periodic Acid-Schiff), que oxida os grupamentos 1-2 glicol, produzindo aldeídos que reagirão com a fucsina descorada (reativo de Schiff) fornando um composto violeta e insolúvel.

213) O glicogênio (forma de armazenamento de açúcares nas células animais) é um polímero da glicose ramificado, constituída por unidades de glicose em ligação glicosídica 1-4 e com ramificação onde a ligação é 1-6. O peso molecular pode chegar a 100 milhões.

214) A técnica do PAS é utilizada nas lâminas de fígado (acúmulos de glicogênio), estômago (camada de revestimento de glicosaminoglicanas - mucopolissacarídeos), cartilagem hialina (glicosaminoglicanas pertencentes às proteoglicanas da matriz).

215) A celulose é um polissacárido estrutural linear não ramificado de cadeia longa constituído por milhares de unidades de D-glicose unidas por ligações beta(1,4) de fórmula (C6H10O5)n, sendo por isso um polímero de cadeia longa. Não é digerível pelo homem.

216) Os glicosaminoglicanos são heteropolissacárideos, da família dos polímeros de cadeia linear, cujos monômeros são unidades dissacarídicas repetidas contendo ácido urônico e uma hexosamina (D-galactosamina), formando às soluções de alta viscosidade.

217) As glicoproteínas (polímeros lineares) são formadas a partir de ligações entre um resíduo de carboidrato de uma cadeia oligossacarídica e os aminoácidos Asparagina (N-glicosídicas) ou Serina/Treonina (O-glicosídicas) presentes na cadeia polipeptídica.

218) O ciclo de Krebs ocorre na matriz mitocondrial e sua função é oxidar a Acetil-CoA (ACoA), obtida pelo catabolismo de carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos. Gera 2 moléculas de CO2, 1 GTP, 3 NADH2 e 1 FADH2 por cada molécula de ACoA.

219) A Hexoquinase hepática fosforila a frutose em futose-6-fosfato, que é confertida pela fosfofrutoquinase-1 em frutose-1,6-difosfato, que, via frutose-1,6-difosfatase é convertida em frutose-6-fosfato. A frutose-2,6-difosfato estimula a 1ª e inibe a 2ª.

220) No início da Gliconeogênese (Reação1 ou R1) o piruvato é transportado do citosol para a mitocôndria ou é gerado no interior da mitocôndria ou, a glutamato alanina transaminase citosólica cataliza a alanina + a-cetoglutarato => glutamato + piruvato.

221) O processo geral de síntese de glicose a partir do piruvato (parte da Gliconeogênese) é 2 Piruvato + 4 ATP + 2 GTP + 2 NADH + 4 H2O => Glicose + 4 ADP + 2 GDP + 6 Pi + 2 NAD+ + 2H+, ou seja, em relação à glicose (produz 2 ATP), este é um processo custoso.

222) Das 10 reações enzimáticas da Gliconeogênese, 3 são inversões de reações da glicólise. 3 reações na glicólise são essencialmente irreversíveis, um deles é a conversão de fosfoenolpiruvato em piruvato e portanto, há necessidade de um bypass.

223) Na R2 da Gliconeogênese, o Oxaloacetato, além de poder ser convertido a malato, também pode seguir a outra rota: oxaloacetato + GTP => fosfoenolpiruvato + GDP + Pi + CO2 (PEP carboxilase mitocondrial), que é tranportado para o citoplasma.

224) Na R2 da Gliconeogênese após o Piruvato + ATP + CO2 => Oxaloacetato + ADP + Pi (piruvato carboxilase mitocondrial, regulada + pela Aceti-CoA, cofatores Biotina e Mn), na R3a o oxaloacetato + NADH + H+ => malato + NAD+ (malato desidrogenase mitocondrial).

225) Na R3b da Gliconeogênese, o oxaloacetato mitocondrial é convertido reversivelmente em fosfoenolpiruvato (fosfoenolpiruvato carboxiquinase) através de uma reação dependente de Mg+2 e consumindo GTP. Oxaloacetato + GTP => Fosfoenolpiruvato + CO2 + GDP + Pi.

226) Na R4 da Gliconeogênese, o malato é transportado pela malato/a-cetoglutarato da membrana mitocondrial interna para o citopalsma onde é reoxidado (usa NAD+) formando o Oxaloacetato + NADH + H+ (malato desidrogenase citosólica).

227) Na R5 da Gliconeogênese, o Fosfoenolpiruvato + H2O => 2-fosfoglicerato (Fosfoenolpiruvato hidratase citoplasmática, uma enolase inibida pelo 3-fosfoglicerato). Na R6 a Fosfoglicerato mutase, uma isomerase cataliza a 2-fosfoglicerato => 3-fosfoglicerato.

228) O colesterol é um lipídeo esteróide são derivados do ciclopentanoperidrofenantreno com um grupamento OH na posição C3 (os 4 anéis não-planares fusionados conferem uma maior rigidez do que outros lipídios da membrana, além de um fraco caráter anfipático.

229) Os Lipídeos esteróides (núcleo ciclopentanoperidrofenantreno) desempenham importantes funções homeostáticas, como manutenção da estrutura celular (colesterol), formação de moléculas de vitaminas (vitamina D) e de hormônios adrenocorticóides e sexuais.

230) Lipídeos são compostos mais reduzidos (têm mais H2 e menos O2) que os carboidratos ou as proteínas e, por isso, fornecem mais que o dobro da energia (9 kcal/g) que os carboidratos ou proteínas (4 kcal/g) e, sendo apolar, pode ser estocada de forma anidra.

231) A helicase é uma enzima ATP dependente que quebra as ligações em ponte de hidrogênio entre as bases azotadas (purinas ou pirimidinas) de ambas as cadeias de DNA, fazendo com que estas se separem. Isto é muito importante para a replicação do DNA.

232) Os ácidos graxos são componentes de moléculas lipídicas que apresentam um grupamento acil ligado a uma longa cadeia carbonada (saturada ou insaturada) e, ao contrário dos aminoácidos, proteínas e carboidratos, são pouco solúveis em água (hidrofóbicos).

233) As membranas celulares ricas em ácidos graxos insaturados (duplas ligações) são mais fluidas e menos compactas porque a rigidez da dupla ligação torna o ácido graxo menos flexível e isto, faz os insaturados interagirem menos com as cadeias vizinhas.

234) Uma molécula de fosfoglicerídeo (membro importante da classe dos fosfolipídeos) é um 1,2-diacilglicerol que apresenta um grupo fosfato esterificado no carbono 3 do esqueleto do glicerol. São os principais componentes lipídicos das membranas celulares.

235) Uma alta concentração de fosfolipídeos contendo ácidos graxos de cadeia hidrocarbonada insaturada (configuração cis) na bicamada lipídica da membrana a tornará mais fluida e menos compacta, permitindo uma rápida difusão lateral de lipídeos na bicamada.

236) As esfingomielinas são ceramidas derivadas dos Esfingolipídeos (esfingosina com ligações duplas e configuração trans ligado aos ácidos graxos), cujo grupo polar pode ser tanto uma fosfocolina como uma fosfoetanolamina são isolantes elétricos dos axônios.

237) Os Esfingolipídeos são Lipídeos que, no lugar do glicerol tem uma esfingosina (um álcool aminado inssaturado com 18 carbonos). São classificados em Esfingomielinas e Glicolipídeos, estes divididos em 2 subclasses (cerebrosídeos e gangliosídeos).

238) Microdomínios especializados da membrana celular (balsas lipídicas) são compostos principalmente de esfingolipídios (ligações duplas em configuração trans) e colesterol e, por isso, são mais espessas e menos fluidas do que outras regiões da membrana.

239) Os triacilgliceróis (triglicerídeos), são Lipídeos simples formados por ésteres de ácidos graxos com um álcool (glicerol), formando glicerídeos (óleos e gorduras). São eles que se acumulam nos adipócitos do tecido adiposo, especialmente em obesos.

240) Os Lipídeos, como o Colesterol, desempenham funções estruturais nas células participando da constituição das membranas e também, como os Triacilgliceróis (ésteres do glicerol - 1,2,3-propanotriol) podem servir como reserva energética.

241) As prostaglandinas (produzidas pelas vesículas seminais) são síntetizadas a partir dos Fosfolipídeos, via ácido aracdônico (20 átomos de carbono). Participam na regulação da da pressão arterial, na estimulação da contração do músculo liso e na inflamação.

242) Proteínas compostas principalmente de aminoácidos apolares são menos solúveis em água que aquelas constituídas majoritariamente por aminoácidos polares, devido a hidrofobicidade de seus grupamentos laterais e são lipossolúveis.

243) Uma ligação peptídica é uma ligação do grupo alfa-amino (-NH2) de um aminoácido com o grupo alfa-carboxila (-COOH) de outro, liberando 1 molécula de H2O (condensação) e formando uma amida (amídica) com caraterística de dupla ligação parcial (sem rotação).

244) Na Coréia de Huntington, há uma mutação com repetição instável e expandida (até 250 vezes) do trinucleotídio CAG, este códon sintetiza a glutamina cujas unidades ligam-se entre si através de ligações peptídicas na dependência de ribonucleoproteínas.

245) A cisteína é um aminoácido polar neutro (SH-CH2-CH(NH2)-COOH), codificados pelo código genético (UGU e UGC), possui um grupo tiol na sua cadeia lateral e é encontrado em proteínas (formando pontes disulfeto como na insulina) e no tripeptídeo glutationa.

246) Os aminoácidos ácidos glutâmico (pK = 4, 3) e aspártico (pK = 3,7) são dicarboxílicos (pK do 2º -COOH) e, portanto, com carga líquida negativa em pH = 7,0, com grupo amina protonado (-NH3+) e os dois ácido carboxílicos desprotonados a carboxilato (-COO-).

247) Apenas os aminoácidos L constituem proteínas, devido à especificidade da enzima peptidil transferase, que só faz a ligação peptídica se a cadeia lateral do aminoácido estiver para a esquerda. Os principais tipos de arranjo são: alfa-hélice e folha-beta.

248) A interação hidrofóbica é um dos fatores que determinam a estrutura terciária de uma proteína, pela tendência dos AA com radical apolar (como os aromáticos) de se acomodar no interior formando uma estrutura dobrada, e longe da interface com a água.

249) A cisteína (aminoácido polar neutro) é codificados pelos códons UGU ou UGC, e, portanto, um componentes das proteínas. Apresenta um grupo tiol em sua cadeia lateral que se oxidado, resulta no derivado cistina (2 cisteínas unidas por uma ponte dissulfeto).

250) A alanina é um dos aminoácidos padrão (codificados pelo código genético - GCU, GCC, GCA, GCG). Pode ser usada no Ciclo de Kerbs a a partir da reação: L-alanina + alfa-cetoglutarato (via Glutamato-alanina transaminase) forma piruvato + L-glutamato.

251) Se adicionarmos um sal (como o sulfato de amônio) a uma solução aquosa com proteína, esta poderá precipitar ou continuar solúvel na solução. Isto depende da maior ou menor interação entre os grupos laterais dos aminoácidos, dos íons do sal ou da água.

252) Aminoácidos padrão com radical R polar (hidrofílicos) geralmente o radical R é formado por hidroxilas, sulfidrilas ou grupamentos amida. São 12 aminoácidos: 7 polares neutros, 2 polares ácidos e 3 polares básicos. A Tirosina é aromática e é hidrofílica.

253) Aminoácidos com radical R apolar (hidrofóbico) geralmente o R é formado exclusivamente por grupamentos alquila (apenas carbono e hidrogênio). São 8 aminoácidos: Alanina, Fenilalanina, Leucina, Isoleucina, Prolina, Metionina, Valina e Triptofano.

254) Em relação às propriedades químicas dos grupamentos laterais, os 20 aminoácidos padrão são classificados, 8 apolares (com grupos laterais hidrofóbicos, ficam entre os lipídeos), 7 polares neutros (não carregados), 2 polares ácidos e 3 polares básicos.

255) Quando em solução aquosa, dependendo do pH do meio, os aminoácidos podem agir como substâncias ácidas ou básicas, devido à capacidade dos grupos amino e carboxílico de doar ou receber prótons, respectivamente (agem como sistemas tampões de pH).

256) A estrutura primária das proteínas é dada pela sequência de aminoácidos e ligações peptídicas, é o nível estrutural mais simples e mais importante, é uma longa cadeia de aminoácidos com 2 extremidades, quando hidrolisada libera peptídios e aminoácidos

257) A estrutura primária da proteína é uma longa cadeia de aminoácidos (sequência de mais 50 aminoácidos) semelhante a um colar de contas e unidos por ligações peptídicas (coovalentes), com uma extremidade amino inical e uma extremidade carboxi terminal.

258) Um dos mais importantes princípios da Biologia Molecular é que a estrutura nativa de uma proteína determina a sua função biológica, ela é única e determinada pelo arranjo espacial de aminoácidos próximos entre si na seqüência primária da proteína.

259) A estrutura terciária da proteína (atividade biológica) é determinada pelo enrolamento da alfa-hélice ou da folha-pregueada por ligações fracas (pontes de hidrogênio e dissulfito) entre resíduos dos aminoácidos e pode envolver ligações covalentes.

260) O sítio ativo de uma enzima é o espaço no qual o substrato interage com a enzima, através da formação de uma ligação não-covalente com os aminoácidos presentes nessa região da molécula enzimática (e onde os inibidores competitivos também se ligam).

261) A lactose (C12H22O11, açúcar do leite) é um dissacarídeo com ligação glicosídica (1,4), que, após ser hidrolisado pela enzima alfa-amilase, presente na saliva, libera 1 resíduo de glalactose e 1 de glicose. No RN é hidrolisada pela ação da lactase.

262) O glicogênio (um carboidrato polissacarídeo de reserva energética das células animais), é um homopolissacarídeo de glicose altamente ramificado (a cada oito a dez unidades) o que facilita o acesso das enzimas glicolíticas responsáveis pela sua hidrólise.

263) Na interação entre enzima e substrato (complexo ES), a velocidade inicial de da reação catalisada pela enzima é dependente da concentração de substrato e, assim, quando a concentração de substrato aumenta, a velocidade inicial também aumenta.

264) A enzima lactato-desidrogenase LDH (115 a 225 UI/L) é um conjunto de 5 isoenzimas: LDH1 (músculo cardíaco e hemácias), LDH2 ( músculo cardíaco e leucócitos), LDH3 (pulmões), LDH4 (rins, placenta e pâncreas) e LDH5 (fígado e músculo esquelético).

265) Moléculas que apresentam grande semelhança estrutural com o substrato de uma enzima podem atuar como inibidores reversíveis competitivos na reação enzimática, entretanto, se a concentração do substrato aumenta, a interferência do inibidor tende a zero.

266) Na cinética de Michaelis-Menten, a partir de uma determinada concentração de substrato a velocidade da reação enzimática permanece constante (curva assintótica) porque ocorre saturação do sítio ativo das moléculas da enzima pelas moléculas de substrato.

267) Certos receptores (como aqueles que são expressos em células B e T), quando se ligam a seus ligantes, se movem dentro de microdomínios na monocamada externa da membrana que estão acoplados a regiões da monocamada interna que contêm quinases sinalizantes.

268) Uma célula eletroneutra impermeável ao Cl- permeável ao Na+ e à uréia, mergulhada em 500 mM de uréia e com NaCl = 150 mM intracelular (300 mOsm, 150 de Na+ mais 150 de Cl-, supondo um coeficiente de dissociação = 1), ela aumenta de volume até se romper.

269) A osmose é transporte de água, por difusão, da solução mais concentrada em água para a menos concentrada em água (solvente). A solução com osmolaridade zero (sem partículas osmoticamente ativas) causa o inchaço e ruptura das células.

270) Gradiente de pressão osmótica só existe quando há diferença de osmolaridade entre os dois lados da membrana. Se todas as partículas (moléculas ou íons) são livremente permeáveis não há como criar diferenças, é como se não existisse a membrana.

271) Fluxo passivo (difusão simples) sempre depende de permeabilidade (condutância) tanto para moléculas como para íons. O conceito de permeabilidade está relaciona ao da difusão (não é saturável), não ao transporte ativo.

272) O gradiente de concentração extra/intra celular de moléculas hidrofóbicas (lipossolúveis) é próximo de 1 como o CO2, vitaminas A, D, E e K e esteróides, isto significa que, em geral, elas podem se difundir livremente através das membranas celulares.