Universidade Federal do Ceará

Faculdade de Medicina

Depto. Fisiologia e Farmacologia

Prof. Alberto Soares

Objetivos cognitivos de aprendizagem

 

Sistema Digestivo

O Sistema Digestivo tem a função de manter um fluxo adequado de água, eletrólitos e anabólitos no sangue na microcirculação intestinal e assim contribuir para a manutenção da Homeostase.

 

Vasucularização e inervação

As funções intrínsecas

As funções extrínsecas

Integração

 

 

Vascularização e inervação

Nível 1 de complexidade

1)                   Descrever o fluxo sanguíneo do trato gastrointestinal. (Describe the blood flow to the GI tract).

2)       Definir circulação êntero-hepática. (Define enterohepatic circulation).

3)       Descrever a inervação do trato gastrointestinal.

Nível 2

4)       Discutir o papel dos nervos intrínsecos na regulação do motilidade e secreções. (Discuss the role of intrinsic nerves in regulating motility and secretions).

5)       Contrastar a modulação simpática e parassimpática sobre o sistema nervoso entérico e nas respostas dos órgãos efetores do trato GI. (Contrast the sympathetic and parasympathetic modulation of the enteric nervous system and the effector organs of the GI tract).

6)       Classificar os seguintes neurotransmissores excitatórios e inibitórios do sistema nervoso entérico: noradrenalina, acetilcolina, CCK, VIP, histamina e somatostatina. (Classify the following enteric nervous system neurotransmitters as excitatory or inhibitatory: norepinephrine, acetylcholine, CCK, VIP, histamine, and somatostatin).

Nível 3

7)       Descrever as semelhanças e diferenças na regulação função digestiva por nervos,  hormônios e secreção parácrina. Incluir receptores, proximidade, e especificidade local versus global. (Describe the similarities and differences in regulating gastrointestinal function by nerves, hormones, and paracrine regulators. Include receptors, proximity, and local vs. global specificity).

 

As funções intrínsecas

Motilidade

Secreção

Digestão

Absorção

Reabsorção

 

Motilidade

A fibra muscular lisa

Nível 1 de complexidade

8)       Listar as principais estruturas anatômicas do trato GI, e descrever as características gerais compartilhadas por estas estruturas (por exemplo, o tecido conjuntivo, músculo liso, nervos intrínsecos, epitélios, etc). (List the major anatomical structures of the GI tract, and describe the general characteristics shared by these structures (e.g., connective tissue, smooth muscle, intrinsic nerves, epithelia, etc)).

9)       Descrever a histologia das diferentes regiões do trato GI (por exemplo, vilosidades, criptas, microvilos, canais lactíferos, etc, no intestino delgado). (Describe the microanatomy of different regions of the GI tract (e.g., villi, crypts, microvilli, lacteals, etc., in small intestine)).

10)   Descrever a organização celular da fibra muscular lisa, incluindo os filamentos, a falta de sarcômeros, relativa falta de retículo sarcoplasmático, junções intercelulares, etc. (Describe the cellular organization of smooth muscle, including filament ratio, lack of sarcomeres, rarefied sarcoplasmic reticulum, dense bodies, etc.).

11)   Descrever tipos de atividade elétrica da fibra muscular lisa, incluindo os potenciais de ação, os marcapasso e os potenciais de ondas lentas e ritmo elétrico básico. (Describe types of electrical activity in smooth muscle, including action potentials, pacemaker and slow-wave potentials).

12)   Descrever os tipos de motilidade característicos (peristalse, mistura, segmentação, etc) em diferentes camadas musculares, e em diferentes regiões da trato digestivo. (Describe the characteristic types of motility (peristalsis, segmentation, etc.) in different muscle layers, and in different regions of the tract).

13)   Descrever as características do ritmo elétrico básico (RIC) do intestino delgado e sua relação com a atividade contrátil do músculo liso. (Describe the characteristics of the basic electrical rhythm (BER) of the small intestine and its relation to smooth muscle contractile activity).

14)   Descrever a regulação da actomiosina na fibra muscular lisa do trato GI. (Describe the actomyosin regulation of smooth muscle).

15)   Descrever o acoplamento excitação-contração na fibra muscular lisa do trato GI, incluindo os papéis de calmodulina e da miosina quinase de cadeia leve. (Describe excitation-contraction coupling in smooth muscle, including the roles of calmodulin and myosin light-chain kinase).

Nível 2

16)   Discutir a anatomia e as funções do músculo liso em diferentes partes do organismo. (Discuss the anatomy and functions of smooth muscle in different parts of the body).

17)   Comparar as relações de força versus comprimento no músculo liso e esquelético. Descrever as implicações funcionais destas diferenças. (Compare and contrast the length versus force relationships in skeletal and smooth muscle. Describe the functional implications of the differences observed).

18)   Comparar as relações de força versus velocidade no músculo liso e esquelético. Descrever o principal motivo para as diferenças observadas na velocidade de encurtamento. (Compare and contrast the force versus velocity relationships in skeletal and smooth muscle. Describe the primary cause for the observed differences in velocity of shortening).

19)   Distinguir entre relaxamento muscular após um estado de contração, do fenômeno de relaxamento por estresse e dar exemplos de cada um destes processos. (Distinguish between muscle relaxation from the contracted state and the phenomenon of stress relaxation and give examples of each process).

20)   Fazer um diagrama das vias intracelulares que controlam a contração e o relaxamento no músculo liso. (Diagram the intracellular pathways that control contraction and relaxation in smooth muscle).

21)   Descrever as características das unidades contráteis (multi-unidades e unitária) do músculo liso. (Describe the distinguishing characteristics of multi-unit and unitary smooth muscles).

22)   Discutir a atividade miogênica no músculo liso e como esta atividade é modulada por hormônios e pelo sistema nervoso autônomo. (Discuss myogenic activity in smooth muscle, as well as how activity is modulated by hormones and the autonomic nervous system).

23)   Descrever como o mecanismo contrátil do músculo liso difere do mecanismo de músculo esquelético e cardíaco. (Describe how smooth muscle contractile mechanisms differ from the contractile mechanisms of skeletal and cardiac muscle).

Nível 3

24)   Descrever o envolvimento da proteína G acoplado a receptores e as vias dos sinal de transdução na regulação da contração do músculo liso. (Describe the involvement of G protein-coupled receptors and signal transduction pathways in the regulation of smooth muscle contraction).

25)   Explicar porque a musculatura lisa pode desenvolver e manter uma grande força com a menor taxa de hidrólise de ATP do que o músculo esquelético. (Explain why smooth muscles can develop and maintain force with a much lower rate of ATP hydrolysis than skeletal muscle).

26)   Descreva as características histoquímicas do sistema nervoso entérico. Dada uma  secção transversal ou uma seção longitudinal do intestino, identifique e localize os plexos mientérico e submucoso. (Describe the histoanatomical characteristics of the enteric nervous system. Given either a cross section or a longitudinal section of the intestine, name and locate the myenteric and submucosal plexus).

 

Peristaltismo

Nível 1 de complexidade

27)   Discutir o controle hormonal das fases da digestão. (Discuss hormonal control of the phases of digestion.

28)   Citar o estímulo que desencadeia o processo da deglutição. Identificar o local em que  deglutição se torna automática (independente do controle voluntário). (State the stimulus that initiates the swallowing sequence. Identify the point at which the swallowing sequence becomes automatic (independent of voluntary control)).

29)   Descreva a origem e as consequências do alto tônus basal no esfíncter esofagiano superior (UES) e no esfíncter esofagiano inferior (LES). (Describe the origin and consequence of the high basal tone found in the upper esophageal sphincter (UES) and lower esophageal sphincter (LES)).

30)   Diferenciar peristalse primária e secundária baseada no início evento, controle voluntário, reflexo de propagação e as regiões do esôfago e faringe envolvidas. (Contrast primary and secondary peristalsis based on initiating event, voluntary control, reflex propagation, and regions of the pharynx and esophagus involved).

31)   Descrever o armazenamento, a digestão e a função de motilidade do estômago. (Describe the storage, digestion, and motility roles of the stomach).

32)   Definir relaxamento receptivo do estômago, seu mecanismo e consequências. (Define receptive relaxation of the stomach and state mechanism and consequence).

33)   Descrever a motilidade intestinal e diferenciá-la da motilidade gástrica, discutir como ela é mediada pela atividade miogênicas, embora reguladas por via neurogênica (por exemplo, reflexos locais e do sistema nervoso autônomo). (Describe intestinal motility, contrast it with gastric motility, discuss how it is mediated by myogenic activity, but regulated by neurogenic means (e.g., local reflexes and autonomic nervous system)).

34)   Comparar com a atividade motora do intestino delgado com a do intestino grosso. (Compare colonic motor activity with the motor activity in the small intestine).

Nível 2

35)   Descrever o papel das células intersticiais de Cajal na geração de ondas elétricas lentas e prever as consequências de alterações no gradiente de frequência destas ondas lentas no trato intestinal. (Describe the role of “interstitial cells of Cajal” in generation of electrical slow waves, and predict the consequence of the frequency gradients of electrical slow waves occurring within the intestinal tract).

36)   Explicar o significado funcional de uma atividade inibitória contínua sobre os neurônios motores entéricos da camada muscular circular intestinal. (Explain the functional significance of ongoing activity of enteric inhibitory motor neurons to intestinal circular muscle).

37)   Diferenciar os padrões de motilidade intestinal durante a fase absortiva (segmentação) com a da fase pós-absortiva entre as refeições (o complexo de motilidade  migratório (MMC)). (Contrast the patterns of intestinal motility seen during the absorptive phase (segmentation) with that of the post-absorptive phase between meals (the migrating motility complex (MMC)).

38)   Descrever as mudanças que ocorrem na pressão do esôfago quando o bolo alimentar é transportado da faringe ao estômago, incluindo as pressões imediatamente oral e distal e  as pressões nos esfíncters esofageanos superior e inferior. (Describe the pressure changes that occur in the esophagus as a bolus of food moves from the pharynx to the stomach, including the pressures immediately oral and aboral to the bolus, and the pressures in the upper and lower esophageal sphincters).

39)   Descreva origem, forma de atividade elétrica e progressão das ondas peristálticas em todo o corpo e antro do estômago. Incluir sua função na mistura e propulsão do conteúdo gástrico e como a frequência é alterada pelo volume gástrico. (Describe origin and form of electrical activity and the progression of peristaltic waves across the body and antrum of the stomach. Include their role in mixing and propulsion of gastric contents and how the frequency is altered by the volume of gastric contents).

40)   Identifiquar a pressão esofágica de repouso normal e explicar o porquê esta pressão varia com o ciclo respiratório. (Identify the normal resting esophageal pressure and explain why this pressure varies with the respiratory cycle).

41)   Prever os efeitos de uma refeição com alta osmolaridade, alto teor de gordura, grandes partículas e grande volume, sobre a taxa de esvaziamento gástrico, incluindo o feedback duodenal. (Predict the effects of a) meal content (osmolarity, fat content, etc)., b) particle size, and c) volume on the rate of gastric emptying, including duodenal feedback).

42)   Descrever as principais funções do intestino grosso, a anatomia de suas mucosas e os tipos de motilidade. (Describe the major functions of the colon, its mucosal anatomy, and the types of motility).

43)   Descrever os efeitos da distensão na motilidade intestino delgado. (Describe the effects of distension on small intestinal motility).

44)   Diferenciar os efeitos do sistema nervoso simpático e parassimpático na motilidade do intestino delgado. (Contrast the effects of parasympathetic and sympathetic nervous activity in modulating small intestinal motility).

45)   Derminar os efeitos do aumento da pressão no íleo e ceco sobre o esfíncter ileocecal incluindo a definição do termo reflexo gastroileal. (State effects of increased pressure in the ileum and cecum on the ileocecal sphincter, including defining the term “gastroileal reflex”).

46)   Diferenciar a atividade motora colônica durante o movimento em massa com o que ocorre durante a movimentação haustral e as consequências de cada tipo de motilidade colônica. (Contrast the colonic motor activity during a “mass movement” with that during haustral shuttling and the consequence of each type of colonic motility).

47)   Descrever a sequência de eventos que ocorrem durante o reflexo da defecação, diferenciando esses movimentos sob controlo voluntário daqueles sob controle intrínseco. (Describe the sequence of events occurring during reflexive defecation, differentiating those movements under voluntary control and those under intrinsic control).

48)   Descrever as quatro classes de estímulos no lumem que desencadeiam os reflexos gastrointestinais. (Describe the four classes of luminal stimuli that trigger GI reflexes).

Nível 3

49)   Descrever os termos reflexo longo e reflexo curto em relação ao trato GI. (Describe the terms “long reflex” and “short reflex” with respect to the GI tract).

50)   Descrever o processo de vômito, como estimulá-lo e como ele pode ser controlado. (Describe the process of vomiting, what stimulates it, and how it is controlled).

51)   Diferenciar do tônus do esfíncter esofageano inferior, inervação, motilidade e defeitos que levam à azia dos que causam acalasia. (Contrast the lower espohageal tone, innervation, and motility defects that lead to heartburn with those leading to achalasia).

52)   Discutir as funções do estômago, mecanismo da secreção e função do ácido gástrico e pepsinogênio, controle e fases da secreção ácida, úlcera gástrica (causas e tratamento), e o mecanismo de controle da motilidade gástrica. (Discuss the functions of the stomach, mechanism of secretion and function of gastric acid and pepsinogen, control and phases of acid secretion, gastric ulceration (causes and treatment), and mechanism and control of gastric motility).

53)   Discutir as fases da deglutição, como ela é mediada por ação voluntária, bem como do músculo liso, os papéis dos esfíncteres esofágicos superiores e inferiores, condições patológicas (refluxo esofágico e acalasia) e como os reflexo da deglutição agem durante a deglutição. (Discuss the phases of swallowing, how it is mediated by voluntary as well as smooth muscle, the roles of the upper- and lower esophageal sphincters, pathological conditions (esophageal reflux and achalasia), and how the swallowing reflex is altered when drinking.

54)   Identificar substratos e produtos do metabolismo bacteriano colônicos, e prever o impacto de metabolitos na taxa e composição na formação gases intestinais (flatus). (Identify substrates and products of colonic bacterial metabolism, and predict the impact of metabolites on the rate and composition of intestinal gas formation (flatus)).

 

Secreção

As células endócrinas

Nível 1 de complexidade

55)   Discutir a função epitelial (absorção, secreção, função parácrina e endócrina) assim como o tempo de vida dos epitélios de transição. (Discuss epithelial function (absorption, secretion, paracrine and endocrine function), as well as the life time for transitional epithelia).

56)   Discutir as fontes gastrointestinais de água e de eletrólitos, observando a relação dos volumes das secreções pelos diferentes órgãos (por exemplo, glândulas salivares, estômago, etc). (Discuss the sources of gastrointestinal water and electrolytes, noting the relative volumes of the secretions by the different organs (e.g., salivary glands, stomach, etc.)).

57)   Identificar o tipo e localização anatômica das células endócrinas secretoras de gastrina,  secretina, colecistocinina (CCK), GIP e motilina. (Identify the cell type and anatomical location of the endocrine cells secreting gastrin, secretin, and cholecystokinin (CCK), GIP, and motilin).

58)   Diferenciar as concentrações de Na+, Cl- e HCO3- plasmáticas com a da saliva, as mudanças na saliva na baixa e na alta taxas de secreção e os principais tipos de células envolvidas na secreção cada uma destas taxas. (Contrast the plasma and saliva concentrations of Na+, Cl-, and HCO3 - at low secretion rates and at high secretion rates and the principal cell types involved in each secretion rate).

59)   Citar três tipos de estímulos que aumentam a secreção salivar. (State three types of stimuli that increase salivary secretion).

60)   Identificar os estímulos, os tipos de células envolvidas na secreção de muco no trato GI e identificar a função do muco salivar. (Identify the stimuli and cell types involved in GI secretion of mucous, and identify the function of salivary mucus).

61)   Diferenciar as concentrações de Na+, K+, Cl- plasmática com a da secreção gástrica nas baixo e altas taxas de secreção gástrica. Identificar os tipos celulares que medeiam esta mudança. (Contrast the Na+, K+, and Cl- concentrations of gastric secretion with that of plasma at low and at high gastric secretion rates. Identify the cell types that mediate this change).

62)   Identificar o componente protéico da secreção das células gástricas principais. (Identify the protein component of chief cell secretions).

63)   Descrever os estímulos, processo de ativação e a regulação da bomba de H+/K+ ATPase, incluindo a fusão das vesículas com membrana plasmática luminal no estômago. (Describe the regulation of H+-K+ ATPase, the stimuli for activation, and process of activation, including vesicular fusion with the luminal plasma membrane).

64)   Descrever o mecanismo de geração e secreção de H+ gástrico, incluindo o papel do K+, Cl-, HCO3-, anidrase carbônica, H +/K+ ATPase e Na+/K+ ATPase. Describe the mechanism of gastric H+ generation and secretion, including the role of K+, Cl-HCO3, carbonic anhydrase, H+-K+ ATPase and Na+-K+ ATPase).

65)   Discutir como a digestão leva a um aumento da osmolaridade intestinal, causando secreção água para dentro do intestino. (Discuss how digestion leads to an increase in intestinal osmolarity, thereby causing water secretion into the gut).

Nível 2

66)   Descreva a modulação da secreção do ácido gástrico pelo célula enterocromafim (ECL célula) e o controle deste processo (incluindo potenciação) por estimulação vagal, gastrina, histamina e somatostatina. (Describe the modulation of gastric acid secretion by the enterochromafin-like cell (ECL cell) and the control of this process (including potentiation) by vagal stimulation, gastrin, histamine, and somatostatin).

67)   Descrever os efeitos dos ácidos, gorduras e de soluções de alta osmolaridade do duodeno na secreção gástrica e descrever os mecanismos pelos quais estes efeitos regulam a secreção gástrica. (State the effects of acid, fat, and solutions of high osmolarity in the duodenum on gastric secretion, and describe the mechanisms by which these effects regulate gastric secretion).

68)   Listar os principais componentes iônicos e peptídeo/proteína secretada pelo pâncreas. Diferenciar as concentrações plasmáticas e pancreáticos de Na+, Cl- e HCO3- nas baixas taxas de secreção e em altas taxas de secreção e os principais tipos de células envolvidas na secreção cada taxa. (List the major ionic and peptide/protein components secreted by the pancreas. Contrast the plasma and pancreatic concentrations of Na+, Cl-, and HCO3 - at low secretion rates and at  high secretion rates and the principal cell types involved in each secretion rate).

69)   Descrever os mecanismos pelos quais o quimo do estômago é neutralizado no duodeno. (Describe the mechanisms by which chyme from the stomach is neutralized in the duodenum).

70)               Discutir a função pancreática exócrina, as fases da secreção pancreática, a produção de zimógenos, as diferentes enzimas pancreáticas e sua ativação a partir de precursores inativos. (Discuss pancreatic exocrine function, the phases of pancreatic secretion, the production of zymogens, the different pancreatic enzymes and their activation from inactive precursors).

71)               Descrever o mecanismo pelo qual os zimógenos pancreáticos são ativadas no intestino delgado. (Describe the mechanism by which pancreatic zymogens are activated in the small intestine).

72)               Listar os estímulos que secretam a secretina e a CCK e os mecanismos celulares através dos quais estes agentes de controlam a secreção pancreática. Incluir os efeitos sinergéticos entre a CCK e a secretina. (List the stimuli that release a) secretin and b) CCK and the cellular mechanisms by which these agents control pancreatic secretion. Include any synergistic effects between CCK and secretin).

73)               Estabelecer os efeitos dos nervos autonômicos no pâncreas e reflexo vago-vagal sobre a secreção pancreática. (State the effects of the autonomic nerves to the pancreas and vago-vagal reflexes on pancreatic secretion).

74)               Listar como a água, íons, sais biliares, bilirrubina e componentes da bílis são secretado pelo fígado e explicar a modificação de bílis armazenada na vesícula biliar. Identificar o papel da secretina na produção hepática da bílis. (List the water, ionic, bile salt, and bilirubin components of bile as secreted by the liver, and explain the modification of bile as it is stored in the gall bladder. Identify the role of secretin on the hepatic production of bile).

75)               Descrever os mecanismos celulares para a captação, conjugação e secreção hepática de sais biliares e bilirrubina. (Describe the cellular mechanisms for the hepatic uptake, conjugation, and secretion of bile salts and bilirubin).

76)               Descrever produção de sais biliares pelo fígado e sua concentração pela vesícula biliar e que estimula a excreção da bile para o intestino. (Describe liver and gallbladder production and concentration of bile salts, and what stimulates secretion of bile into the intestines).

77)               Descrever o papel da CCK na excreção de bílis da vesícula biliar, incluindo seus efeitos sobre o esfíncter de Oddi. (Describe the role of CCK in causing release of bile from the gall bladder, including the effects on the sphincter of Oddi).

78)               Estabelecer as diferença entre ácidos biliares primários e secundários. (State the difference between primary and secondary bile acids).

79)               Discutir a secreção de bicarbonato pela vesícula biliar, sua função na neutralização do ácido gástrico, como ele é produzido, e como a taxa de secreção é regulada. (Discuss gallbladder secretion of bicarbonate, its function in neutralizing gastric acid, how it is produced, and how the secretion rate is regulated).

80)               Identificar as famílias dos hormônios gastrina, secretina e colecistoquinina (CCK). (Identifiy families to which gastrin, secretin, and CCK and other (non-GI) hormones belong).

81)               Descrever a função da somatostatina e da histamina como reguladores parácrinos da secreção ácida no estômago. (Describe function of somatostatin and histamine as paracrine regulators of acid secretion in the stomach).

Nível 3

82)               Citar os componentes da saliva que são importante na higiene oral e identificar o papel da secreção salivar na eliminação de metais pesados. (State the components of the saliva important in oral hygiene, and identify the role of salivary secretions in eliminating heavy metals).

83)               Identifique os estímulos que aumentam a libertação gastrina e inibem a libertação de gastrina. (Identify the stimuli that a) increase gastrin release and b) inhibit gastrin release).

84)               Prever os efeitos de doenças da vesícula biliar na concentração de ácidos biliares na veia porta hepática e no ritmo de secreção biliar e síntese dos ácidos biliares hepáticos. (Predict the effects of an increase in hepatic portal vein bile acid concentration on the rate of bile secretion, bile acid synthesis, and diseases of the gallbladder).

85)               Fazer um diagrama dos mecanismos celulares da secreção de sódio, potássio e bicarbonato e o papel da aldosterona na regulação destas secreções no intestino grosso. (Diagram the cellular mechanisms of colonic sodium, potassium, and bicarbonate secretion and the regulation of this process by aldosterone).

86)               Descrever o mecanismo de danos à barreira mucosa gástrica por aspirina, ácidos biliares e Heliobacter pylori. (State the mechanism for damage to the gastric mucosal barrier by aspirin, bile acids, and Heliobacter pylori).

87)               Descrever as causas da úlcera péptica. (Describe the causes of peptic ulcer disease).

88)               Descrever o papel do CFTR na secreção pancreática ductal e prever a consequências da fibrose cística no sistema GI. (Describes the role of CFTR in pancreatic ductular secretion, and predict the consequences of cystic fibrosis on the GI system).

89)               Discutir as funções intestinais, superfície e área da anatomia intestinal, secreções intestinais, doenças e secreção levando a diarréia (por exemplo, cólera). (Discuss intestinal functions, intestinal surface anatomy and area, intestinal secretions, and secretion disorders leading to diarrhea (e.g., cholera)).

 

Digestão

Nível 1 de complexidade

90)               Descrever as diferentes classes de enzimas hidrolíticas, listar as enzimas digestivas, descrever o local onde elas operam, e sua dependência do pH. (Describe the different classes of hydrolytic enzymes,- Listar the specific digestive enzymes, describe where they operate, and their pH dependence).

91)               Citar os substratos e os produtos da digestão da amilase salivar (ptialina). (State the substrates and digestion products of salivary amylase (ptyalin)).

92)               Discutir a produção de saliva, sua composição e como ela varia com a taxa de secreção, assim como as funções da saliva na mastigação e da amilase salivar. (Discuss the production of saliva, its composition and how it varies with secretion rate, as well as the functions of saliva, mastication, and salivary amylase).

93)               Descrever a função do HCl gástrico na digestão dos carboidratos, proteínas e gorduras. (Describe the role, if any, of HCl in the gastric digestion of carbohydrates, proteins, and fats).

94)               Citar os estímulos para a libertação pepsinogênio e do mecanismo de ativação pepsinogênio e descrever os produtos da digestão da pepsina. (State the stimuli for pepsinogen release and the mechanism for activating pepsinogen, and describe the digestion products of pepsin activity).

95)               Descrever a hidrólise de polissacarídeos, proteínas, triglicérides, DNA e RNA, levando à produção de aminoácidos, ácidos nucléicos, monossacarídeos e ácidos graxos. (Describe the hydrolysis of proteins, DNA and RNA, polysaccharides and triglycerides, leading to the production of amino acids, nucleic acids, monosaccharides and fatty acids).

Nível 2

96)               Descrever o pH do estômago no estado de jejum e delinear o tempo e as causas  das alterações no pH duas horas após a ingestão de uma refeição protéica. (Describe the pH of the stomach in the fasted state, and outline the time course and causes of the pH changes in the two hours after ingestion of a protein meal).

97)               Discutir a digestão dos carbohidratos pelas enzimas salivares, pancreáticas e as amilases da borda em escova intestinal, salientando por que estas enzimas não conseguem digerir a celulose. (Discuss carbohydrate digestion by salivary, pancreatic and brush-border amylases, noting why these enzymes are unable to digest cellulose).

98)               Descrever as fontes de proteína (por exemplo, dietéticas, enzimáticas, renovação celular, etc), e sua digestão pelas endo e exopeptidases nas diferentes regiões gástrica e intestinal. (Describe the sources of protein (e.g., dietary, enzymes, cell turnover, etc.), and digestion by the different gastric and intestinal endo- and exopeptidases).

99)               Diferenciar o estado físico de uma emulsão com uma solução micelar e explicar as condições para a formação de emulsificação e micelas no duodeno. (Contrast the physical state of an emulsion with a micellar solution, and explain the conditions for the formation of emulsifications and miceles in the duodenum).

100)      Discutir as diferentes classes de compostos lipofílico, o problema da insolubilidade em água e do processo de emulsificação via sais biliares. (Discuss the different classes of lipophilic compounds, the problem of insolubility and the process of emulsification via bile salts).

101)      Descrever a estrutura amfipática dos ácidos biliar, e prever como essa propriedade contribui para a digestão das gorduras. (Describe the amphipathic structure of bile acids, and predict how this property assists the digestion of fats).

102)      Discutir a estrutura dos sais biliares (primária versus secundária, conjugada versus não conjugada), sua produção pelo fígado e concentração na vesícula biliar. (Discuss the structure of bile salts (primary versus secondary, conjugated versus unconjugated), their production by the liver, and concentration by the gallbladder).

Nível 3

103)      Diferenciar os processos de ingestão, digestão, absorção, secreção e excreção, incluindo a localização no trato GI onde cada processo ocorre para carboidratos, proteínas e gorduras. (For carbohydrates, differentiate the processes of ingestion, digestion, absorption, secretion, and excretion, including the location in the GI tract where each process occurs. Repeat the analysis for proteins and fats).

 

Absorção

Nível 1 de complexidade

104)      Identificar os volumes normais aproximados de líquido que entram e saem diáriamente no gastrointestinal. (Identify the approximate normal volumes of fluid entering and leaving the gastrointestinal tract daily).

105)      Descrever absorção epitelial em termos gerais, observando que aminoácidos e açúcares são absorvidos pela circulação portal, enquanto que os lipídios são absorvidos pelo sistema linfático. (Describe epithelial absorption in general terms, noting that amino acids and sugars enter the portal circulation, whereas lipids enter the lacteals).

106)      Descrever o percurso da absorção gástrica de eletrólitos, água, carboidratos, aminoácidos e lipídios. (Describe the pathways, if any, for the gastric absorption of electrolytes, water, lipids, amino acids, and carbohydrates).

107)      Descrever o papel dos microvilos da borda em escova e das junções fechadas no ritmo de absorção da glicose, aminoácidos, água, lipídios e eletrólitos. (Describe the role of the microvilli, the unstirred layer, and tight junctions in determining the rate at which glucose, amino acids, water, lipids, and electrolytes are absorbed).

108)      Descrever a composição e formação dos quilomícrons, sua absorção através da membrana basolateral do enterócito e a via de entrada no sistema circulatório. (Describe the composition and formation of chylomicrons, their movement across the enterocyte basolateral membrane, and the route of entry into the cardiovascular system).

109)      Descrever a absorção das vitaminas hidrosolúveis, incluindo o papel do fator intrínseco na absorção de vitamina B12. (Describe the absorption of water-soluble vitamins, including the role of intrinsic factor in the absorption of vitamin B12).

110)      Descrever as mudanças na osmolaridade no quimo quando este passa do estômago, duodeno e cólon. Identificar a causa desta mudança. (Describe the changes in osmolarity that occur in chyme as it passes from the stomach through the duodenum and colon, and identify the cause of this change).

111)      Descrever o mecanismo de absorção ativa de água e eletrólitos transepitelial. (Describe the epithelial processes involved in the active absorption of water and electrolytes).

112)      Descrever o percurso através do qual íons sódio, água, ferro e cálcio são absorvida no intestino delgado e grosso. (Describe the pathways, if any, by which sodium ions, water, iron, and calcium are absorbed in the small intestine and colon).

Nível 2

113)      Descrever as mudanças na osmolaridade que ocorrem no quimo quando este passa do estômago, duodeno e cólon. Identificar a causa desta mudança. (Describe the changes in osmolarity that occur in chyme as it passes from the stomach through the duodenum and colon, and identify the cause of this change).

114)      Listar os grupos químicos dos carboidratos entram no duodeno a partir de estômago e identificar os mecanismos de digestão e absorção da membrana epitelial intestinal do epitélios apical e basolateral. Incluir as secreções pancreáticas e as enzimas da borda em escova. (List the chemical classes of the carbohydrates entering the duodenum from the stomach, and identify mechanisms mediating further digestion and absorption across the apical and basolateral membranes of the intestinal epithelia. Include pancreatic secretions and brush-border enzymes).

115)      Descrever o transporte transepitelial de absorção de monossacarídeos, como este está ligado à absorção ao sal e água, e como o conhecimento deste processo levou a uma terapida de reidratação oral da cólera. (Describe absorption of monosaccharides via epithelial transport processes, how this is linked to salt and water absorption, and how knowledge of this processes led to an effective oral treatment of cholera).

116)      Diferenciar o transporte ativo secundário de aminoácidos com os de di- e tri-peptídeos incluindo o íon utilizado como fonte de energia para o transporte. (Contrast the secondary active transport of amino acids with that of di- and tri-peptides, including the ion used as the energy source).

117)      Discutir o processo de transporte de absorção transepitelial de aminoácidos Na+-dependente, a endocitose de proteínas intactas (por exemplo, as que conferem imunidade aos lactentes ou que causam alergia alimentar). (Discuss absorption of amino acids by Na+-dependent epithelial transport processes, as well as endocytosis in the absorption of intact proteins (e.g., in conferring immunity to infants, and as a cause of food allergies).

118)      Listar os grupos químicos dos lipídios entram no duodeno do estômago e identificar os mecanismos de digestão e absorção da membrana epitelial intestinal do epitélios apical e basolateral. Incluir os papéis da lipase pancreática, colipase e das micelas. (List the chemical classes of the lipids entering the duodenum from the stomach, and identify mechanisms mediating further digestion and absorption across the apical and basolateral membranes of the intestinal epithelia. Include the roles of pancreatic lipase, colipase, and micelles).

119)      Descrever o processo de emulsificação das gorduras, sua digestão por lipases e o papel das colipase, formação de micelas, e a relação entre as micelas e a superfície da mucosa. (Describe the process of emulsification of fats, digestion by lipases and the role of colipase, formation of micelles, and shuttling of micelles to the mucosal surface).

120)      Descrever a absorção de gordura, resíntese de triglicérides e de fosfolípideos, a formação de quilomícrons e sua a absorção e para os canais lácteos. (Describe fat absorption, resynthesis triglycerides and phospholipids, the formation of chylomicrons, and the absorption into the lacteals).

121)      Descrever o papel do retículo endoplasmático no processamento de lipídios absorvidos através da membrana apical dos enterócitos. (Describe the role of the endoplasmic reticulum in processing lipids absorbed across the apical membrane of enterocytes).

122)      Descrever a produção e absorção de ácidos graxos de cadeia curta no intestino grosso. (Describe the production and absorption of short chain fatty acids in the colon).

123)      Listar os diferentes mecanismos de absorção de água e vitaminas lipossolúveis, destacando o papel do fator intrínseco na absorção da vitamina B12. (Listar the absorption mechanisms for the different water- and fat-soluble vitamins, noting the special role of intrinsic factor in the absorption of vitamin B12).

124)      Definir as principais características e relacionar temporalmente as fases de regulação cefálica, gástrica e intestinal  do trato gastrointestinal. (Define the major characteristics and temporally relate the cephalic, gastric, and intestinal phases of GI tract regulation).

Nível 3

125)      Descrever os principais processos metabólicos que ocorrem durante os estados absortivos e o pós-absortivo. (Describe the major metabolic processes that occur during the absorptive and postabsorptive states).

126)      Definir fibra alimentar comumente encontrado na dieta. (Define “dietary fiber” and list sources commonly found in the US diet. (Definir fibra alimentar e comumente encontrado em fontes lista os E.U. dieta).

127)      Descrever o papel do estômago na prevenção da anemia perniciosa. (Describe the role of the stomach in preventing pernicous anemia).

128)      Prever as consequências da deficiência da enzima lactase no intestino delgado e cólon e identificar os grupos étnicos que comumente apresentam essa deficiência. (Predict the small intestine and colonic consequence of a deficiency in the enzyme lactase, and identify ethnic groups who commonly exhibit this deficiency).

129)      Discutir a definição de diarréia e constipação, as causas e tratamentos destes distúrbios. (Discuss the definition of diarrhea and constipation, and causes and treatments of these disorders).

130)      Definir esteatorréia e prever os efeitos da esteatorréia sobre a absorção de vitaminas liposolúveis. (Define steatorrhea, and predict the effects of steatorrhea on the absorption of fat-soluble vitamins).

 

Reabsorção

Nível 1 de complexidade

131)            Descrever e diferenciar o mecanismo de reabsorção dos ácidos biliares do segmento proximal do intestino delgado com o da parte distal. (Describe the mechanism of reabsorption of bile acids in the early portion of the small intestine with the mechanism found in the later part of the small intestine).

 

As funções extrínsecas

Equilíbrio hidro-eletrolítico

Nível 2 de complexidade

132)      Descrever as funções gerais do sistema gastrointestinal com relação ao balanço hidro-eletrolítico, carboidratos, proteínas e lipídeos. Incluir os processos de  digestão, absorção, anabolismo, catabolismo, secreção e excreção. Identificar os resíduos metabólicos presentes nas fezes. (Describe the overall role of the gastrointestinal system with respect to the whole body balance of water, electrolytes, carbohydrates, fats, and proteins. Include the processes of digestion, absorption, metabolic production, metabolic consumption, secretion, and excretion. Identify appropriate metabolic waste products present in the feces).

133)      Descrever o mecanismo da geração da maré alcalina no sistema venoso portal hepático após ingestão de uma refeição. (Describe the generation of an “alkaline tide” in the hepatic portal venous system following ingestion of a meal).

134)      Definir o conceito de incretinas e indicar dois hormônios gastrointestinais que aparentemente funcionam desta maneira. (Define the concept of “incretins,” and state two gastrointestinal hormones believed to function in this manner).

135)      Descrever como o trato GI, ossos e rins são importantes para a homeostase de cálcio e fosfato. (Know that the GI tract, bone, and kidney are important for calcium and phosphate homeostasis).

136)      Entender como o metabolismo cálcio e fosfato é regulado pelo hormônio paratireóide (PTH), vitamina D e calcitonina. (Understand how calcium and phosphate metabolism is regulated by parathyroid hormone (PTH), vitamin D, calcitonin).

137)      Descrever os efeitos do PTH e vitamina D na absorção intestinal, captação/libertação óssea e excreção renal. (Know the effects of PTH and vitamin D on GI absorption, bone uptake/release and renal excretion).

Nível 3

138)      Descrever as respostas integradas à hipocalcemia e hipofosfatemia. (Be able to describe the integrated responses to hypocalcemia and hypophosphatemia).

 

 

Integração

 

1) A túnica mucosa da maior parte do tubo digestivo é formado de 3 camadas: o epitélio pavimentoso estratificado, a lâmina própria de tecido conjuntivo e, quando existe, a muscularis mucosa (esta portanto se localiza entre a lâmina própria e a submucosa).

2) A muscularis mucosa (o músculo da mucosa) é uma delicada camada de músculo liso entre a lâmina própria e a submucosa. Os principais músculos lisos do trato digestivo estão localizados além da submucosa, na camada muscular (circular e longitudinal).

3) O músculo visceral também é chamado de músculo liso ou músculo involuntário. A rigor, uma víscera é qualquer um dos órgãos que se alojam numa das três grandes cavidades do corpo (cabeça, tórax e abdome), em geral, se refere ao intestino.

4) Os movimentos peristálticos são contrações rítmicas das paredes musculares que deslocam o alimento que está sendo digerido gerando nutrientes. Após a absorção, os nutrientes podem ser transportados pelo sangue ou pela linfa.

5) Quando comparada ao epitélio da superfície exposta exterior da gengiva, o epitélio escamoso estratificado que reveste a fenda gengival (ou bolsa periodontal localizada entre a gengiva e o dente) é extremamente fino, particularmente na base da fenda.

6) As glândulas submandibulares e sublinguais produzem uma secreção sero-mucosa (ptialina e mucina), ao passo que as glândulas parótidas produzem uma secreção serosa hidrelática rica em enzimas (ptialina). A secreção de saliva é, em média, de 1.000 mL/dia.

7) A origem do esmalte do dente é ectodérmica e da dentina é mesodérmica. A estruura do dente é: 1- Coroa (geralmente a única parte visível), 2- Linha de junção dos dentes e da gengiva, 3- Raiz, 4- Esmalte, 5- Dentina e 6- Polpa.

8) A membrana periodontal consiste em tecido conjuntivo fibroso denso que provê a fixação da raiz do dente ao osso alveolar circunvizinho. Ela ocupa um espaço de aproximadamente 0,5 mm de largura ao redor de todas as partes da raiz.

9) Gânglios nervosos (coleções de corpos celulares localizados fora do SNC) do sistema nervoso autônomo parasimpático podem ser achados no estroma do tecido conjuntivo de todas as principais glândulas salivares (corpo do neurônio pós-ganglionar).

10) Nas glândulas exócrinas, os canais interlobulares se ramificam em ductos ainda mais estreitos chamados canais intercalados que são revestidos por um epitélio simples composto de células secretórias serosas ou mucosas conforme o tipo ácino distal.

11) Nas membranas serosas (originadas do mesoderma lateral), os núcleos das células estão localizados centralmente dentro do citoplasma, enquanto que, nas membranas mucosas, as células são aplainados e se localizam próximo da base da célula.

12) O esôfago é revestido internamente por uma mucosa derivada do endoderma e costituída de epitélio escamoso estratificado não queratinizado apoiado por uma lâmina própria de tecido conjuntivo. Na parte distal encontra-se a junção escamo-colunar (JEC).

13) As pequenas glândulas mucosas estão distribuídas em toda a submucosa do esôfago (23 a 25 cm de comprimento e 2 a 3 cm de largura), especialmente no terço inferior. As outras camadas são a mucosa, e a muscular (interna e externa) e a adventícia.

14) A maior parte do epitélio do esôfago contém glândulas mucosas simples, mas, próximo da junção escamo-colunar (JEC) ou junção esófago-gástrica, encontra-se glândulas mucosas compostas, cuja secreção protege mucosa do esôfago da ação da secreção gástrica.

15) Na junção esôfago-gástrica no esfíncter esofageno inferior há uma transição abrupta de epitélio escamoso estratificado para epitélio glandular formando a JEC (junção escamo-colunar). Outra JEC famosa é encontrada no orifício externo do colo do útero.

16) O esôfago é oco e formado por 4 camadas: mucosa, submucosa e muscular (que se divide em externa e interna) e a adventícia. O terço superior do esôfago contém grupos de fibras musculares esqueléticas e também algumas fibras musculares lisas.

17) A adventícia do esôfago que é contínua com o tecido conjuntivo do mediastino já que o esôfago não tem uma camada de serosa e por isso ele não está livre dentro da cavidade torácica (como o intestino na cavidade abdominal).

18) As células pépticas (principais) segregam pepsinogênio, ao passo que as células parietais (oxínticas) secretam HCl e o fator intrínseco necessário para a absorção da vitamina B12 no íleo terminal. A Deficiência de vitamina B12 causa Anemia perniciosa.

19) A mucosa do antro pilórico é glandular (formada por glândulas tubulares ramificadas com pregas gástricas permanentes). A mucosa duodenal, assim como o restante do intestino delgado, é viliforme (forma de vilo que aumentam a superfície de absorção).

20) O esfíncter pilórico é formado predominantemente de uma grossa camada de músculo circular liso concêntrico que inclui a camada muscular do estômago. Além deste esfíncter de músculo liso, no SDigestivo há o esfíncter cárdia e o esfíncter anal interno.

21) As glândulas gástricas são limitadas à mucosa e não penetram na muscularis mucosa. São formadas por 3 tipos de células exócrinas que secretam o suco no lúmen: células mucosas do colo, as células principais (zimogênicas) e as células parietais (oxínticas).

22) Em geral, a parede muscular lisa do intestino delgado (camada muscular) consiste em uma camada circular interna e uma camada longitudinal externa de músculo liso, este arranjo estrutural está relacionado com os movimentos de mistura e propulsivos.

23) Os enterócitos se originam na base das vilosidades intestinais (vilos intestinais), e, portanto, no fundo das criptas de Lieberkuhn, onde há secreção de um líquido extracelular quase puro. Depois de 3 a 5 dias são descamados no ápice dos vilos.

24) O epitélio das vilosidades (vilos) intestinais é formado por enterócitos, células caliciformes e células endócrinas (enterogastrona, colescistoquinina-pancreozimina e secretina). O eixo de fibras musculares lisas (músculo de Bruck) dá motilidade ao vilo.

25) As vilosidades (vilos) intestinais consistem em uma coluna de tecido conjuntivo (1 mm) coberto por epitélio colunar simples. Eles apresentam um vaso linfático central rodeado por arteríolas e vênulas em contracorrente interligados por capilares.

26) Na mucosa do intestino delgado (não do grosso) são encontradas as células de Paneth que são células exócrinas cujos grânulos contém lisozima, uma enzima com atividade antibacteriana que participa da regulação da flora intestinal.

27) O plexo de Meissner (ou submucoso) são grupos de células basófilas formadas por tecido nervoso e se localiza na submucosa. O plexo de Auerbach (ou plexo mioentérico) se localiza entre as duas camadas de músculo liso da parede muscular do trato digestivo.

28) O intestino delgado é um tubo com quase 6 m de comprimento por 4 cm de diâmetro dividido em três partes: duodeno (0,25 m), jejuno (5 m) e íleo (1,5 m). Se a superfície interna do intestino fosse lisa, a área total de absorção seria de apenas 0,24 m2.

29) As válvulas de Kerckring (ou coniventes, são pregas circulares da mucosa e submucosa, mais numerosas no jejuno) estão distribuídas por todo o intestino delgado, são recobertas por vilosidades e apresentam um eixo de tecido conjuntivo frouxo na submucosa.

30) As enzimas produzidas pelos enterócitos estão localizadas nos microvilos: disacaridases (sacarase, maltase, isomaltase e lactase) para digestão dos carboidratos, lipases para gorduras neutras (ácido graxo + glicerol) e peptidase para pequenos peptídios.

31) O intestino grosso tem uma função importante na absorção da água (o que determina a consistência do bolo fecal). Mede 1,5 m de comprimento e se divide em ceco (com o apêndice), cólon ascendente, transverso, descendente, sigmóide e, finalmente o reto.

32) A lâmina própria do apêndice (além da submucosa) contém grandes agregações de tecido linfóide e poucas criptas de Liberkhun (nenhuma sobre os nódulos), provavelmente em função das formações linfóides que impossibilitam um maior desenvolvimento das mesmas.

33) Com exceção do reto (15 a 20 cm de comprimento), o intestino grosso (120 a 200 cm de comprimento) é formado por uma camada circular interna e uma camada longitudinal externa de músculo liso que é descontínua e formada por 3 faixas chamadas taeniae coli.

34) A mucosa (tecido epitelial de revestimento que resveste internamente as cavidades do corpo que têm contato com o meio externo) do intestino grosso, ao contrário da do intestino delgado, não contém células de Paneth (células de defesa).

35) Os alimentos e materiais de secreção que atravessam o intestino grosso são oriundos do delgado onde são movidos por contrações rítmicas (7 por minuto) gerados pela parede muscular lisa deflagrados pelo automatismo das células interticiais de Cajal.

36) Ao nível das válvulas anais há uma mudança abrupta de epitélio glandular para epitélio de escamoso estratificado. Outra junção escamo-colunar (JEC) é encontrada entre o epitélio do esôfago e estômago e outra ainda entre o colo do útero e a vagina.

37) O muco (secretado pelas células caliciformes é uma mistura de glicoproteínas e de proteoglicanas sintetizadas no RE e no aparelho de Golgi) quando secretado no intestino grosso tem como principal função a lubrifição que facilitar a passagem das fezes.

38) Exceto na gengiva e metade anterior do palato duro, as 500 glândulas salivares acessórias (menores) estão localizadas por toda a mucosa bucal que, juntas são responsáveis por apenas 5% da secreção da saliva. São do tipo seroso, sero-mucoso e mucoso.

39) A contração da vesícula biliar é estimulada pelo hormônio colecistoquinina-pancreozimina (CCK), que é secretado pelo duodeno em reposta a presença de lipídios na luz duodenal. A a bile excretada participa do processo de emulsificação das gorduras.

40) O parênquima hepático está dividido em lóbulos, cada um é uma massa poliédrica de tecido hepático de cerca de 0,7 por 2 mm de tamanho que se encostam uns aos outros em quase toda sua extensão, exceto em algumas regiões chamadas de espaços-porta.

41) O espaço-porta hepático (tríade porta) é composto por uma vênula, uma arteríola (ramos da veia porta e da artéria hepática), um ducto biliar, vasos linfáticos e nervos, cercados por uma capa de tecido conjuntivo, contínua com a cápsula de Glisson.

42) Dentro de cada lóbulo hepático, os capilares sinusóides convergem para uma veia central que no final drena na veia cava inferior através da veia hepática. Os lóbulos hepáticos são formados por hepatócitos têm formato poliédrico e medem 20-30 mm.

43) O método de coloração do retículo hepático (que é a organela mais evidente do hepatócito com funções de oxidação, acetilação, metilação e conjugação) com sais de prata é um meio de se avaliar o rompimento da arquitetura lobular hepática.

44) O fígado é constituído principalmente de células hepáticas, ou hepatócitos, organizadas em lóbulos hepáticos. Estas células contêm muito retículo endoplasmático rugoso e liso, muitas mitocôndrias (2.000) e muito aparelho de Golgi.

45) O ducto colédoco (ducto biliar comum) é o ducto que transporta a bile do ducto hepático comum, origina o ducto cístico (terminando na vesícula biliar) e se une ao ducto pancreático na ampola de Vater que, por sua vez, desagua segunda porção do duodeno.

46) A vesícula biliar é um reservatório msucular alongado, em forma de pêra, situado na face inferior do lado direito do fígado. Acumula até 50 cm3 de bile que sofre um processo contínuo de concentração no intervalo da digestão, podendo formar cálculos.

47) O epitélio da vesícula biliar (7 a 10 cm, com até 50 mL de bile) é do tipo colunar simples e capaz de transportar ativamente eletrólitos e consequentemente a reabsorção de água, o que concentra a bile em até 25 vezes. O Fígado produz 1.200 mL/dia de bile.

48) Funções do Fígado são: 1- Sintetizar e secretar a bile, 2- Captar glicose, 3- Armazenar ferro e vitaminas, 4- Sintetizar proteínas sanguíneas, fatores imunológicos e de coagulação e transportadores, 5- Catabolizar o álcool e outras substâncias tóxicas.

49) O tecido hepático é constituído por unidades (lóbulos) compostas por colunas de células hepáticas (hepatócitos), rodeadas por canais (canalículos), pelos quais passa a bílis. Se unem formando o ducto hepático que, junto com o cístico, desagua no duodeno.

50) Embriologicamente, as células do parênquima hepático são de origem epitelial, ou seja, a rigor, a partir da boca, ânus ou nariz, se pode chegar à membrana apical de um hepatócito (formato poliédrico e medem 20-30 mm) sem se atravessar uma membrana basal.

51) Algum hepatócitos são poliplóides caracterizado pelo núcleo de tamanho maior, proporcional a plodia, mas a maioria tem o habitual número diplóide (2n = 46) de cromossomos. Na aneuploidia há um números maiores ou menores de cromossomos.

52) O Fígado é a víscera mais volumosa, pesa 1,5 kg no homem adulto e 1,3 kg na mulher adulta, tem a cor vermelha-amarronzada, é friável e frágil, com superfície lisa, recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante superior direito do abdome.

53) As células de revestimento dos sinusóides hepáticos (separadas dos hepatócitos pelo espaço de Disse) são de 2 tipos: 1-células endoteliais e 2- as células de Kupffer (fagocitárias), que possuem um núcleo oval grande, nucléolo evidente e muitos lisossomos.

54) O pâncreas endócrino é formado por ilhotas de Langerhans com vários tipos de células, as células alfa secretam o hormônio glucagon e as células beta secreta o hormônio insulina, e, por serem hormônios eles são secretados direramente no sangue.

55) O pâncreas exócrino é formado por em estruturas denominadas ácinos que estão ligados através de finos condutos, por onde a secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno, durante a digestão. Secreta enzimas digestivas pancreáticas.

56) A intensa basofilia dos ácinos pancreáticos é consequente do alto conteúdo de retículo endoplasmático rugoso e se apresenta com um tecido escuro circundante ao redor das ilhotas de Langerhans. Sua função é sintetizar enzimas pancreáticas.

57) A maior parte do pâncreas á constituído de ácinos composta (drenam para um sistema de ductos intercalares ramificados e são os únicos que podem possuir uma célula centro-acinosa), este epitélio é classificado como glandular exócrino acinar seroso.

58) Pâncreas é uma glândula digestiva de secreção interna (endócrino) e externa (exócrino), mede 15 cm de comprimento, e está localizada transversalmente na parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o estômago.

59) Os ácinos exócrinos pancreáticos secretam pró-enzimas (procarboxipeptidase A e B, tripsinogênio, quimiotripsinogênio, etc) não muco, no entanto alguns dos grandes ductos pancreáticos contêm glândulas unicelulares (células caliciformes) secretoras de muco.

60) Toda fibra muscular sem estrias é uma fibra muscular lisa (relação de filamentos finos:grossos de 15:1). No trato digestivo a musculatura lisa se inicia nos dois terços distais do esôfago e vai até o esfíncter anal interno.

61) As ondas elétricas lentas do intestino delgado (geradas pelas células automáticas intrínsecas) nem sempre geram potenciais em agulha (ultrapassam o limiar), mas, quando o fazem, determinam a freqüência de máxima de contrações do intestino delgado.

62) Para que as contrações peristálticas (propulsivos) ocorram é necessário duas camadas de músculo visceral (circular e longitudinal) dispostas em ângulo reto uma em relação à outra. Os potenciais se originam nas células intersticiais mioentéricas de Cajal.

63) A unidade motora visceral é constituída por dois neurônios (o pré e o pós-ganglionar) e todas as fibras musculares ou glândulas inervadas pelo pós-ganglionar (segundo neurônio). O conjunto forma o Sistema Nervoso Autônomo (Simpático e Parassimpático).

64) A presença de uma camada muscular longitudinal interna e circular externa é condição necessária para caracterizar vísceras capazes de movimentos peristálticos (de mistura e propulsivos) nas não caracteriza nenhum segmento do Sistema Digestivo.

65) A taxa de esvaziando gástrico aumenta com o aumento do volume da refeição e diminui como o aumento do conteúdo de gorduras, aumento do tamanho das partículas de alimento, refeições hiper ou hipotônicas e pH do quimo ácido.

66) O esfíncter ileocecal relaxa quando o íleo distal é distendido ou quando sua pressão intraluminal aumenta e contrai quando o cólon proximal ascendente se distende obedecendo a lei do intestino (precedendo uma onda de contração vem um relaxamento).

67) Diferentemente do intestino, o relaxamento receptivo (lei do intestino) do estômago depende tanto do sistema nervoso entérico quando da aferência e eferência vagal, portanto uma vagotomia deverá abolir este relaxamento.

68) Por ter uma alta complacência, o esôfago reflete as variações de pressão intratorácicas. Em repouso, estas pressões são sempre negativas em relação à atmosfera, variando de -2 mmHg no final da expiração a -8 mmHg no final da inspiração.

69) O processo da deglutição pode ser voluntário. A saliva (ou alimento) estimula os receptores da faringe, via vago aferente ativa o centro da deglutição que via vago eferente estimula os músculos estriados desencadeando a peristalse primária do esôfago.

70) A bílis da vesícula tem a mesma osmolaridade da bílis hepática (reabsorção isosmótica), entretanto a concentração de colesterol, bilirrubina e lectina é 5 (pode chegar a 20) vezes maior. Por outro lado, concentração de Na+ (iônico) é menor (130 mEq/L).

71) As células parietais oxínticas do estômago, além da secreção de HCl, secretam também fator intrínseco (para a absorção de vitamina B12), gastrina e pepsina. A presença de proteases pancreáticas no intestino garante a absorção normal de proteínas da dieta.

72) Em repouso, o citoplasma das células parietais é atravessada por canalículos que se abrem no espaço luminal e está repleto de estruturas túbulo-vesiculares. Estimuladas, em poucos minutos estas estruturas túbulo-vesiculares intracelulares desaparecem.

73) O principal mecanismo para a absorção de Na+ na face luminal do epitélio do cólon é por difusão por canais de membrana, entretanto, assim como no néfron distal, estes canais são controlados pelo hormônio aldosterona.

74) As células epiteliais salivares produzem calicreína (protease), que, além de ser secretada pelas glândulas salivares, no plasma hidrolisa a a2-globulina em a bradicinina, um nonapeptídio (Arg-Pro-Pro-Gly-Phe-Ser-Pro-Phe-Arg) com potente ação vasodilatora.

75) Os componentes não-oxínticos secetam Na+ em baixa taxa continuamente. Quando as células oxínticas secretam HCl com uma concentração de 150 mM, o volume secretado dilui o Na+ secretado pelos componentes não-oxínticos (hipótese de dois-componentes).

76) Soluções não isosmóticas ou pH ácido diminuem a taxa de esvaziamento gástrico (causada pela bomba pilórica - contrações peristálticas antrais intensas de 50 a 70 cm H20 vesus resistência pilórica) e assim, aumentam o tempo da fase gástrica da digestão.

77) A enteroquinase (secretada pela mucosa intestinal) é necessária para converter a pró-tripsina (tripsinogênio) em tripsina e esta é necessária para converter as demais pró-enzimas pépticas pancreáticas em sua forma ativa tais como o quimiotripsinogênio.

78) A colipase é uma proteína que age como um co-fator que liga (ancora) a lipase pancreática às micelas. É também secretada pelo pâncreas como procolipase sendo ativada na luz do intestino pela tripsina, portanto, participa na hidrólise dos triglicerídios.

79) A enteroquinase presente na borda em escova (microvilos) dos enterócitos é essencial para a ativação da tripsina secretada no suco pancreático. Isto protege o pâncreas de uma autodigestão, já que a tripsina ativa muitas outras enzimas pancreáticas.

80) As proteínas se ligam preferencialmente a ácidos graxos de cadeia longa (como o palmitato - C16H32O2) e servem como transportadores citoplasmáticos entre a membrana da borda em escova intestinal e o retículo endoplasmático liso.

81) Em relação aos ácidos biliares primários (cólico e quenodesoxicólico), quanto mais grupos hidrofílicos (por conjugação com glicina ou taurina) mais solúvel na água. Quanto mais lipofílicos, mais facilmente serão absorvidos por difusão (já no jejuno).

82) A conjugação do ácido cólico com a glicina o diminui o pK do ácido cólico e, consequentemente, diminui sua secreção na bile. Por outro lado, quase não tem efeito na reabsorção uma vez que quase todo o conjugado é desconjugado na luz intestinal.

83) Micelas são estruturas globulares revestidas por moléculas surfactantes contendo, no seu interior, apenas moléculas hidrofóbicas como o colesterol, ácido taurolitocólico, lecitina, vitamina A, D, E ou K. O que for conjugado no fígado se torna hidrofílico.

84) O mecanismo de transporte de glicose ou galactose através do enterócito é rápido, saturável, e um mesmo carreador transporta competitivamente a glicose e a galactose, e o mecanismo de transporte depende, indiretamente, de energia metabólica (ATP).

85) A enzima GLUT-5 da membrana apical dos enterócitos, usa a energia gerada pelo gradiente de eletro-químico do Na+ para fazer o transporte ativo secundário de glicose ou galactose. A GLUT-2 facilita a difusão da hexose através da membrana baso-lateral.

86) A glicose e a galactose é co-tranportada competitivamente com o Na+ pela mesma proteína da membrana da borda em escova do enterócito, portanto, a diferença de potencial transparietal aumenta quando, além da glicose, se adiciona galactose à luz intestinal.

87) No intestino delgado, o íon Na+ é absorvido por difusão, acoplado à absorção de aminoácido, à absorção de galactose, à absorção de glicose, ao transporte de H+ na direção oposta, mas não ao de HCO3-, que está relacionado ao transporte de Cl-.

88) O intestino delgado absorve 80% da água que entra no sistema digestivo por difusão, apenas 1 a 2 litros chega ao intestino grosso, isto significa que, uma diarréia aquosa de grande volume é sinal de distúrbio do intestino delgado, não do intestino grosso.

89) A absorção de galactose e glicose é competitivo e dependente da absorção de Na+ o que aumenta a diferença potencial elétrica transepitelial, é dependente da ativida da bomba de Na+/K+ ATPase na basolateral e do co-transporte com Na+ na membrana apical.

90) Na deficiência de lactase (Galactose beta-1,4-glicose) não há hidrólise e a lactose desenvolve força osmótica aprisionando a água no lúmem intestinal do adulto, portanto, o bloqueio da bomba de Na+/K+ ATPase não diminuirá a consequente diarréia osmótica.

91) Os ácidos graxos de cadeia curta e média são suficientemente hidrofílicos e não necessitarem da solubilização da micela para serem absorvidos, por outro lado, são necessários para a absorção normal de ácidos graxos de cadeia longa.

92) A fase intestinal da digestão dura de 2 a 4 h após a ingestão de alimentos, e ocorrem variações transitórias da concentração plasmática de glicose, aminoácidos, triglicerídeos, insulina, glucagon, do anabolismo e do metabolismo de alguns órgãos.

93) No estado de jejum ocorre catabolismo de glicogênio hepático e muscular, de ácidos graxos (gerando corpos cetônicos que participam do ciclo de Cori) e de proteínas (gerando amônia, apenas 1/3 destas podem ser utilizadas sem comprometer funções vitais).

94) No estado de jejum (inicial de até 14hs e prolongado com mais de 14hs) é caracterizado pela absorção inadequada ou insuficiente de nutrientes com baixos níveis de aminoácidos, de glicose e de insulina e aumento de triglicerídeos e do glucagon plasmático.

95) A mucosa do intestino delgado, além de numerosos dobramentos maiores, apresenta milhões de pequenas dobras, as vilosidades. As membranas das células do epitélio intestinal, por sua vez, apresentam dobras microscópicas chamadas microvilosidades.

96) Dos 1 a 2 litros de água que chegam ao intestino grosso, apenas 100 mL farão parte das fezes. Nas Síndromes Diarréicas originadas do intestino grosso tem pouco volume em relação ao do intestino delgado cuja principal função é a absorção de água.

97) O processo de absorção intestinal de dipeptídio não compete com o de aminoácidos, portanto a absorção simultânea dos dois compostos (por exemplo glicina + glicilglicina) aumenta a concentração de glicina no sangue mais rapidamente.

98) A histamina é um agente parácrino (molécula produzida por uma célula para agir sobre células vizinhas), a acetilcolina é um neurotransmissor (sinápse química), a gastrina, secretina e a bombesina são hormônios (agem a distância via corrente sanguínea).

99) A inervação da patótida é feita pelo nervo glossofaríngeo e das demais glândulas salivares, pelo facial, causando aumento produção de saliva, do crescimento e do metabolismo das glândulas, contração das células mioepiteliais mas não vasoconstrição.

100) As fezes líquidas nas síndromes diarréicas são, em geral, contituídas de grande volume de água, sódio, potássio e bicarbonato com consequente desidratação, acidose metabólica, hipocalemia, diminuiu pressão média de enchimento circulatório e taquipnéia.

101) A perda de água pelas fezes reduz o volume extracelular, com o volume plasmático reduzido, a relação entre o volume intravascular e o continente vascular diminui e, caso não ocorra uma diminuição da capacitância venosa haverá diminuição do retorno venoso.

102) Na fase cefálica da digestão a inervação vagal participa no relaxamento receptivo, na secreção ácida estomacal por comida na boca, em parte da secreção de gastrina, na secreção pancreática mas não da peristalse secundária no terço distal do esôfago.

103) Na disfunção local das células musculares lisas intestinais, a região se contrai fracamente em resposta a excitação nervosa extrínseca, a distensão desencadeia um reflexo peristáltico com contrações fracas e a atividade de ondas lentas está ausente.

104) As Encefalinas (proteínas com as formas leu-encefalina e met-encefalina), são agonistas dos receptores opiáceos causando contração do esfíncter esofágico inferior, pilórico e ileocecal além de inibirem a secreção intestinal.

105) Durante a Fase Cefálica da digestão, o nervo Vago (X PC), via ACh, estimula a secreção ecbólica pancreática, durante a Fase Intestinal a Secretina estimula a secreção hidrelática e a colecistoquinina (CCK) estimula a secreção ecbólica pancreática.

106) A vagotomia troncular subdiafragnática diminui 1- o relaxamento receptivo do estômago oral, 2- a secreção de pepsina em resposta a uma refeição, 3- a liberação de gastrina em resposta a distensão e 4- a liberação de gastrina a aminoácidos no estômago.

107) A inibição da enzima glutamina-sintetase causa hiperamoniemia e convulsões generalizadas porque ela cataliza a reação de transaminação do glutamato nos tecidos gerando glutamina mantendo baixa a concentração intracelular de amônia.

108) A reabsorção ativa de NaCl, seguida por reabsorção isomótica de H2O concentra tanto o colesterol quanto os sais biliares, estes são ânions que retêm Na+, isto explica porque a concentração de sódio é maior na bile da vesícula biliar que na bile hepática.

109) Todas as enzimas pancreáticas são secretadas pelas células acinares em grânulos zimogênicos na forma de pró-enzimas. A mais importante destas pró-enzimas é o tripsinogênio que é convertido em tripsina pela enteroquinase dos microvilos intestinais.

110) A amilase pancreática hidrolisa o amido até a maltose (2 moléculas de glicose), maltotriose (3 moléculas de glicose) e dextrinas alfa-limite que são polissacarídeos de baixo peso molecular (misturas de polímeros de D-glucose (alfa-1,4-D-glucose).

111) Na Anemia ferropriva a deficiência de ferro causa microcitose das hemácias. É comum em mulheres em idade fértil por perda menstrual e em crianças com alimentação inadequada. A necessidade de suplementação de ferro é maior nas gestantes e após hemorragias.

112) A deficiência alimentar mais comum em todo o mundo é a deficiência de de Ferro, especialmente em mulheres férteis (menstruação), em gestantes, crianças e pessoas com verminose. Em adultos é a mais comum das anemias.

113) A Anorexia nervosa é a diminuição da ingestão alimentar por dieta autoimposta causada por medo de ficar ou parecer gorda, associado a diminuição da síntese de estrógeno, e consequente amenorréia, além de osteoporose, como ocorre na pós-menopausa.

114) A vitamina A (retinol) é essencial para manutenção dos epitélios. Na deficiência de Vitamina A a secreção das glândulas lacrimais diminui e o epitélio conjuntival amoleçe (ceratomalácia) com diminuição da visão, principalmente à noite.

115) A vitamina D (calciferol - ergocalciferol (D2) e o colecalciferol (D3)) é lipossolúvel, sintetizada após a exposição à luz solar, aumenta a absorção intestinal de Ca+2 e é essencial para o desenvolvimento normal dos ossos e dentes.

116) No Diabetes mellitus há aumento do risco de aterosclerose precoce e acelerada. A diminuição da ingestão calórica total, particularmente de gordura saturada, ajuda a reduzir o risco de doença coronariana. Os óleos vegetais e de peixe são indicados.

117) A Exaustão por calor é causada da incapacidade do sistema circulatório de compensar a hipovolemia causada por depleção hídrica (sudorese) ou perda de sais e é facilmente reversível por reposição do volume intravascular.

118) Aquecedores que queimam hidrocarbonetos (gás de cozinha, gasolina, querosene, carvão ou madeira) todos derivados do petróleo produzem CO que se liga fortemente à hemoglobina e podem atingir níveis perigosos em casas pouco ventiladas .

119) A Isoniazida (antagonista da piridoxina), a cicloserina e a L-dopa causam deficiência de piridoxina (vitamina B6) com neuropatia periférica. O efeito tóxico agudo é por competição com o 5-fosfato piridoxal e redução do ácido gama-aminobutírico (GABA).

120) O Acetamnofeno (analgésico não-opióide, antipirético) é catabolizado pela oxidase hepática P-450, via glutation e pode causar necrose hepática (centrolobular) por altos níveis de AST e ALT. Este efeito é potenciado com a ingestão prévia de etanol.

121) A Heroína (Diacetilmorfina) é uma droga opiáceos (depressoras do SNC) natural ou sintética, produzida e derivada do ópio do bulbo de algumas espécies de papoula. As superdoses são acompanhadas por depressão respiratória, convulsões e parada cardíaca.

122) O Kwashiorkor é uma forma grave da desnutrição com alimentação rica em carboidratos e pobre em proteínas (mais reduzida que a ingestão calórica total), e o peso corporal é de 60 a 80% do normal, sendo hipoalbuminemia um achado laboratorial fundamental.

123) No Marasmo nutricional é causado por ingestão protéica mais reduzida que a ingestão calórica total e o peso corporal está abaixo de 60% do normal além de perda da massa muscular é frequentemente em crianças de baixa idade e está associadas a infecções.

124) A maioria Neoplasia maligna do cólon se origina da transformação maligna dos pólipos adenomatosos. A ingestão de frutas e vegetais diminuem o risco do câncer de cólon, entre as vitaminas ingeridas, a C e E têm efeito antioxidante e antimutagênico.

125) A Obesidade mórbida sobrecarrega as articulações, particularmente as dos joelhos. Está associada a carcinoma endometrial, colelitíase, osteoartrite e diabetes mellitus (80% das pessoas com diabetes mellitus do tipo II são obesas).

126) A Osteomalácia do adulto é causada por deficiência de vitamina D (uma vitamina lipossolúvel que requer absorção de gordura, e pode estar comprometida por hepatopatia colestática crônica, doença das vias biliares e doença pancreática) e causar osteopenia.

127) A Acalásia do cárdia é a incapacidade de relaxamento do esfíncter esofagiano inferior durante a deglutição por degeneração das células ganglionares do plexo de Auerbach e consequente perda da peristalse dos 2/3 distais (musculatura lisa) do esôfago.

128) A incidência de Adenocarcinoma do cólon é maior acima dos 40 anos e se apresenta como uma grande massa esponjosa. Normalmente não há obstrução e sim sangramento recorrente crônico causando anemia ferropriva.

129) Em adultos jovens o Adenocarcinoma do cólon pode resultar da herança de uma cópia defeituosa dos genes de reparo do erro do DNA e, uma 2ª mutação no mesmo locus inativa ambas as cópias destes genes e compromete a capacidade de reparar o DNA.

130) 50% dos Adenocarcinomas do esôfago se localizam no terço inferior e estão associados ao esôfago de Barrett causado pelo refluxo gastro-esofágico crônico. Outros fatores de risco são as neoplasia malignas de evolução rápida no duodeno ou jejuno proximal.

131) Depois das neoplasias malignas de pele, o Adenocarcinoma gástrico é o mais comum do mundo se apresentando como uma grande lesão expansiva no estômago. Normalmente são assintomáticos até atingirem um estádio avançado.

132) O Adenocarcinoma gástrico é formado por células mucosas (em anel de sinete) gástrica se infiltram difusamente a parede do estômago. No tipo difusamente disseminado (linite plástica ou cantil de couro estômago rígido e atônico, com pregas espessadas.

133) A Angiodisplasia do cólon é formado por dilatações tortuosas dos vasos da mucosa e da submucosa do cólon, mais frequente no ceco e cólon ascendente de pacientes com mais de 50 anos. Embora incomum, causam 20% dos casos de hemorragia intestinal baixa.

134) A Apendicite aguda é a emergência abdominal mais comum (10% da população), via de regra se inicia com dor abdominal periumbilical ou epigátrica, seguida de anorexia, náuseas e vômitos além de leucocitose moderada com neutrofilia de 10.000 a 20.000/uL.

135) O Carcinoma de células escamosas do esôfago (a neoplasia maligna mais comum do esôfago) se apresenta como uma grande massa localizada, ulcerada, com margens elevadas. Os principais fatores de risco são o tabagismo e o alcoolismo.

136) A Cirrose hepática com hemorragia por varizes esofágicas é comum na evolução da hepatite B crônica. A hipertensão porta resultante da cirrose causa dilatação das veias esofágicas submucosas que podem sofrer erosão com sangramenlo profuso.

137) A Peritonite bacteriana espontânea é uma complicação rara (10%) de adultos com cirrose hepática e ascite causado por invasão da parede intestinal ou disseminação hematogênica para a serosa. A etiologia mais comum é a E. coli (bastonetes Gram-negativo).

138) A Colite isquêmica aguda fulminante é comum na hipotensão com hipoperfusão por ICC em hospitalizados. A isquemia começa dispersamente na mucosa e se tornam confluentes e transmurais. Isto pode causar íleo paralítico e hemorragia na mucosa intestinal.

139) A Colite ulcerativa idiopática é um processo inflamatório difuso, crônico, recorrente sempre envolvendo a mucosa do reto com friabilidade difusa e erosões com sangramento com diarréia com sangue e muco. Risco de adenocarcinoma do cólon é 30 vezes maior.

140) A Doença de Crohn e a Colite ulcerativa idiopática (em 66% dos casos) podem complicar com Colangite esclerosante primária que é uma inflamação difusa, não bacteriana, com fibrose, estenose e obstrução os canais do sistema biliar intra e extra hepático.

141) Apesar da doença de Crohn e da Colite ulcerativa aguda serem distúrbios intestinais inflamatórias idiopáticas e de evolução aguda, na Colite há, tipicamente, o envolvimento contínuo da mucosa até um ponto final bem demarcado.

142) Na Deficiência de lactase do adulto, um distúrbio congênito ou adquirido incomum, a lactose presente nos laticínios não é decomposta em glicose e galactose causando uma diarréia osmótica e em produção de gás (flatulência) pela flora intestinal bacteriana.

143) A Disenteria amebiana aguda pode ser causada por E. histolytica, a suspeita ocorre se um episódio inicial de disenteria é seguido por abscesso hepático. A invasão do cólon permite o acesso as veias da submucosa que drenam para o sistema porta e fígado.

144) Na Doença de Crohn (Enterite granulomatosa), em 50% dos casos a biópsia intestinal mostra em granulomas. Podem se localizar em qualquer camada e em geral são pequenos e não-caseosos com espessamento e aderência de alças intestinais inflamadas.

145) Na Doença de Crohn o íleo apresenta inflamação crônica transmural, acometendo a mucosa, submucosa e a muscular com agregados linfóides, além de fissuras profundas que pode causar fístulas entero-entéricas (mais comuns) ou entero-cutâneas.

146) A Doença de Crohn é um distúrbio intestinal inflamatório, idiopático, recorrente, com envolvimento intestinal segmentar e inflamação transmural aguda e crônica que pode causar estenose, aderências, fístula, abscessos da cripta e granulomas não-caseoso.

147) A diminuição dos linfócitos CD4 (normalmente maior que 600 células/mm3) na Doença pelo HIV é a causa do alto risco de desenvolver infecções. No esôfago os agentes etiológicos mais comuns são o vírus da herpes simples e o fungo Candida albicans.

148) Na Doença pelo HIV com linfoma difuso de grandes células B (linfoma não-Hodgkin) o prognóstico é sombrio. Além deste, o Sarcoma de Kaposi e o carcinoma de células escamosas anorretal são as neoplasias malignas digestiva associadas a Doença pelo HIV.

149) As principais neoplasias associadas à Doença pelo HIV são o sarcoma de Kaposi, o linfoma não Hodgkin e o carcinoma escamoso anorretal. O sarcoma é uma lesão vascular púrpura-avermelhada que pode ser encontrado em qualquer parte do corpo.

150) A Doença de refluxo gastroesofágico é uma inflamação contínua no terço inferior do esôfago causada por hérnia hiatal por deslizamento, diminuição do tônus do esfíncter inferior ou esvaziamento gástrico tardio. 10% desenvolvem Esôfago de Barrett.

151) A principal complicação da inflamação crônica da Doença por refluxo gastroesofágico é o Esôfago de Barrett, uma metaplasia colunar da mucosa esofágica inferior causado por incompetência esfincteriana (pressão basal <10mmHg) e consequente refluxo gástrico.>

152) Em lactentes e crianças até 2 anos, o rotavírus é a causa mais comum de gastroenterite viral. A diarréia febril autolimitada é transmitida por água, alimentos ou superfícies contaminadas que pode complicar com desidratação. A mortalidade é de 1%.

153) A Enterite por salmonella (uma das várias espécies de Salmonella que não a typhi) é uma intoxicação alimentar autolimitada, tipicamente por derivados de aves contaminados. A transmissão ocorre por Ingestão dos alimentos, Ingestão de água, via fecal-oral.

154) A Enterocolite necrotizante do feto e do recém-nascido é uma complicação da prematuridade aparentemente é causada por imaturidade do sistema imune intestinal e precipitada por alimentação oral e complicando com necrose intestinal e perfuração.

155) A Enterocolite pseudomembranosa por C. difficile é causada por supercrescimento do C. difficile que ocorre quando a flora intestinal é alterada por antibioticoterapia de amplo espectro como as cefalosporina de 3ª geração (antibióticos beta lactâmicos).

156) A Enterocolite pseudomembranosa por C. difficile é uma complicação da antibióticoterapia de amplo espectro. A enterotoxina causa inflamação e necrose com formação de pseudomembranas superficiais (resíduos fibrinopurulentos) fixados à mucosa intestinal.

157) A inflamação causada pelo refluxo gastro-esofágico é a causa da metaplasia do esôfago (Esôfago de Barrett) onde o epitélio escamoso normal é substituído pelo epitélio cilíndrico do tipo intestinal com células caliciformes, sem atrofia da lâmina própria.

158) No Esôfago de Barrett o epitéilo escamoso normal é substituído por um epitélio metaplásico colunar com células globosas (metaplasia colunar). Quando a lesão (circular ou linear) é maior que 2 cm o risco de desenvolver adenocarcinoma aumenta 30 a 40 vezes.

159) O Espru celíaco é um distúrbio por sensibilidade ao glúten que responde à dieta. Histologicamente há achatamento da mucosa, atrofia difusa e acentuada das vilosidades, inflamação crônica da lâmina própria com aumento dos linfócitos intraepiteliais.

160) O Espru celíaco (Doença celíaca) é uma enteropatia rara por sensibilidade ao glúten - à proteína gliadina do trigo, aveia, cevada e centeio (mas não no arroz ou milho) resulta em inflamação intestinal. Se inicia após 6 meses mas pode ser assintomática.

161) A Estenose pilórica hipertrófica congênita é uma hipertrofia do esfíncter pilórico (especialmente da camada circular) com aumento da resistência ao esvaziamento gástrico, A sintomatologia ocorre após o início da alimentação e, portanto, após o nascimento.

162) Além Gastrite crônica (eritema e espessamento das pregas) a presença de Helicobacter pylori no muco gástrico está associado a gastrite hipertrófica, gastrite atrófica crônica, úlcera péptica, adenocarcinoma gástrico e com o linfoma gástrico.

163) A Gastrite erosiva e hemorrágica está associada ao uso prolongado de antiinflamatórios não-hormonais, álcool, tabagismo, Doença pelo HIV, estresse, cirurgia e hipertensão portal. Normalmente é difusa e, quando grave, pode causar hemorragia significativa.

164) As hemorróidas são um distúrbio comum causado por qualquer condição que aumente a pressão venosa e cause dilatação das veias hemorroidárias internas ou externas acima e abaixo da junção anorretal, como na Gravidez com hemorróidas.

165) Em adultos, o Infarto agudo da artéria mesentérica precedido por Infarto do miocárdio sugere que a etiologia seja Aterosclerose com envolvimento os vasos mesentéricos e causando trombose dos vasos sanguíneos intestinais com Infarto transmural.

166) Diarréia com início até 6 horas após a ingestão de alimentos sugere Intoxicação alimentar estafilocócica que é causada pela ingestão de uma enterotoxina pré-formada produzida pelo S. aureus que cresce em laticínios, alimentos gordurosos, carnes, etc.

167) A Intoxicação alimentar por Vibrio parahemolyticus ocorre 06H-04D após a ingestão de moluscos, ostras, mariscos ou crustáceos crus ou mal cozidos contaminados, que, ao contrário do V. cholerae, tende a produzir um quadro diarréico mais brando.

168) A Intussuscepção do intestino delgado ocorre quando um pequeno segmento intestinal sofre telescopagem para o segmento imediatamente distal. Este quadro geralmente tem início súbito em lactentes e pode ocorrer na ausência de anormalidade anatômica.

169) No Megacolo congênito agangliônico (Doença de Hirschsprung) há ausência congênita dos plexos autonômicos de Meissner e Auerbach na parede intestinal, geralmente limitada ao cólon. O segmento aganglionar produz obstrução funcional com distensão proximal.

170) Na maioria dos casos a Úlcera péptica está associada a infecção por H. pylori que são bactérias que secretam urease e detectada por administração oral de uréia marcada com carbono 14, que pode ser detectado na amostra respiratória.

171) A Úlcera péptica ocorre quando a quantidade de ácido e pepsina é suficiente para superar a barreira da mucosa gástrica, formado pelo bicarbonato, rápida regeneração do epitélio, Secreção de muco, fluxo sanguíneo abundante e rápido esvaziamento estomacal.

172) O abscesso hepático piogênico (E. coli, P. vulgaris. E. aerogenes e Anaeróbicos) ocorre por uma das 5 vias de infecção, entre estas, ascendendo pelo ducto hepático comum (Colangíase em 50% dos casos). A colestase por litíase é um fator de risco.

173) Pacientes obesos, sexo feminino, na meia idade, com Calculose da vesícula biliar é comum estes serem formados por colesterol (bile supersaturada) e apresentarem cor amarelo-clara e um aspecto matizado por causa do aprisionamento de pigmentos biliares.

174) O risco de Carcinoma hepatocelular está indiretamente associado aos genomas do HBV e do HCV que, apesar de não conterem oncogenese virais (como o HPV), os hepatócitos em regeneração são mais propensos a desenvolver mutações como inativação do gene p53.

175) O Carcinoma hepatocelular e a cirrose estão associadas a mutações no gene da alfa1-antitripsina dão origem a moléculas que não podem ser dobradas apropriadamente e se acumulam no retículo endoplasmático dos hepatócitos que não podem ser secretadas.

176) Em 60% dos casos de Carcinoma hepatocelular há aumento da alfa-fetoproteína. Está associada a anticorpos anti-HCV (hepatite C), BsAg+, cirrose hepática, hemocromatose, deficiência de alfa1-antitripsina, tirosinemia e aflatoxina com mutação cromossômica.

177) A hepatite B crônica (Ásia e África) e a hepatite C crônica (Ocidente e Japão) são fatores de risco de Cirrose hepática e do Carcinoma hepatocelular. Nesta neoplasia há aumento da concentração plasmática aumenta de alfa-fetoproteína.

178) A aflatoxina é uma hepatotoxina produzida pelo fungo Aspergillus flavus que cresce em amendoins mofados e, quando associada à mutação cromossômica, pode causar o desenvolvimento de carcinoma hepatocelular. É mais associado à hepatite C crônica.

179) Em 95% dos casos de Cirrose biliar primária o anticorpo antimitocondrial é positivo. Há associação com a esclerodermia, síndrome de Sjogren, trieoidite e glomerulonefrite. A icterícia aumenta com destruição progressiva dos ductos intra-hepáticos.

180) A Cirrose biliar primária é (autoimune com estase do fluxo biliar) é caracterizada por icterícia obstrutiva, destruição granulomatosa dos ductos biliares e títulos elevados de anticorpos antimitocondriais. A evolução é crônica, por mais de 20 anos.

181) A Cirrose biliar primária é autoimune. Há icterícia obstrutiva (prurido, hiperbilirrubinemia conjugada e fosfatase alcalina aumentada) por destruição progressiva dos ductos biliares intra-hepáticos. 95% dos casos são anticorpo antimitocondrial positivos.

182) Em 45% o álcool é a causa da Cirrose hepática. A arquitetura hepática alterada por septos fibrosos ao redor de nódulos parenquimatosos resulta em aumento da resistência vascular que causa a hipertensão portal e frequentemente complica com hematêmese.

183) A etiologia mais frequente da Cirrose hepática no Ocidente é o álcool. O fígado apresenta nodularidade difusa com cicatrizes deprimidas entre os nódulos. A arquitetura está alterada por septos fibrosos ao redor de nódulos parenquimatosos em regeneração.

184) Na Cirrose hepática há fibroses em ponte difusas no trato portal com proliferação dos ductos biliares e infiltrados inflamatórios de células mononucleares, regeneração nodular dos hepatócitos, ausência de necrose dos hepáticos e de colestase.

185) As alterações da arquitetura persistem por décadas após o surgimento da Cirrose hepática alcoólica. É comum complicar com uma grande hemorragia gastro-intestinal alta causada por ruptura de varizes esofágicas consequentes a hipertensão porta.

186) Uma complicação comum da Cirrose hepática alcoólica é a hipertensão porta, isto é a causa do aumento do fluxo venoso colateral nas veias submucosas esofágicas, produzindo varizes, e, na parede abdominal, causa o aparecimento da cabeça de medusa.

187) 70% dos casos de Colangite esclerosante primária estão associados a colite ulcerativa. Os ductos biliares intra-hepáticos apresentam colangite destrutiva com fibrose periductal, icterícia colestática, e, finalmente, cirrose e insuficiência hepática.

188) Na Colecistite aguda é comum a história de início súbito, náuseas, febre, dor abdominal em cólica no quadrante superior direito com rechaço e defesa muscular, febre, Sinal de Murphy (dor à palpação da vesícula), leucocitose e evolução aguda.

189) Uma caracterísitica da Colelitíase (cálculos da vesícula biliar ou das vias biliares) é o aumento da concentração plasmática da Fosfatase alcalina. Esta enzima é originada do epitélio do ducto biliar e da membrana canalicular do hepatócito.

190) Além de sexo feminino, cor branca, meia idade, estão associados à Colelitíase a anemia hemolítica, adenocarcinoma da vesícula, obesidade, perda rápida de peso, doença de Crohn, Ileíte terminal, diabetes mellitus, cirrose, doenças sistêmicas e gravidez.

191) O Cor pulmonale crônico é uma miocardiopatia hipertrófica ventricular direita secundária à hipertensão arterial pulmonar. A ICCD congestão passiva crônica venosa sistêmica e, por isso, a superfície de corte do fígado apresenta um aspecto de noz-moscada.

192) A Disenteria amebiana aguda já curada pode complicar (raro) com abscesso amebiano hepático. As amebas invadem a mucosa colônica, acessam às veias submucosas de onde são transportadas através do sistema venoso porta para o fígado (lobo superior direito!).

193) A Doença de Wilson (Degeneração hepatolenticular) é um distúrbio hereditário com acúmulo de cobre nos tecidos, especialmente no cérebro, córnea, rim e fígado. A ceruloplasmina (alfa2-globulina) que transporta o cobre no plasma está diminuída.

194) A Fibrose pulmonar idiopática é uma doença pulmonar restritiva por inflamação do septo alveolar seguida de fibrose intersticial. Complica com Cor pulmonale e insuficiência cardíaca congestiva direita e congestão venosa centrilobular passiva hepática.

195) No Fígado gorduroso alcoólico (Esteatose hepática alcoólica) o álcool age como uma hepatotoxina produzindo vacúolos lipídicos em muitos hepatócitos com defeito na síntese hepática (diminuição da concentração de albumina e aumento do tempo de protrombina).

196) A causa mais comum do Fígado gorduroso alcoólico é o alcoolismo crônico. A biópsia mostra esteatose macrovesicular (degeneração gordurosa) com fibrose inicial. Geralmente o quadro é assintomático e no exame físico é encontrado apenas hepatomegalia.

197) Na Hemocromatose é um distúrbio autossômico recessivo. A sobrecarga de ferro é causada por absorção excessiva de ferro da dieta, este é depositado em muitos tecidos, incluindo coração, pâncreas e fígado, causando insuficiência cardíaca, diabete e cirrose.

198) A Hemocromatose adquirida por transfusão (uma unidade contém 258 mg de ferro) é causada por depósito de ferro (hemossiderina) nas células parenquimais com lesão e disfunção do fígado, pâncreas, coração, adrenais, testículos, rins e hipófise.

199) A Hemocromatose hereditária é um distúrbio genético autossômico recessivo causado pelo aumento da absorção de ferro da dieta com armazenamento excessivo no fígado, pâncreas, coração e articulações que resulta em cirrose, diabetes mellitus e artralgias.

200) Os exames laboratorias que indicam Hepatite A aguda são transaminase aumentada, bilirrubina aumentada, anticorpos IgM anti-HAV (infecção recente), anticorpos IgG anti-HAV (recuperação e proteção). A Hepatite A não progride para a cronicidade.

201) A nível celular o vírus da Hepatite A aguda causa ruptura da membrana dos hepatócitos (uma lesão celular irreversível), isto permite a passagem das enzimas intracelulares para o sangue, no caso aspartato transaminase (AST) e alanina-transaminase (ALT).

202) A Hepatite A aguda é uma hepatopatia autolimitada, em geral leve, causada por ingestão de água ou alimento contaminado por fezes (via fecal-oral) com vírus da hepatite A (HAV). O anticorpo IgM (infecção recente) é substituído por anticorpos IgG permanete.

203) Na Hepatite A aguda há necrose dos hepatócitos caracterizada por elevações da AST e da ALT os hepatócitos remanescentes reentrar no cicIo celular e proliferam, após o fim da fase aguda as células retomam à fase G0 e o fígado toma-se quiescente novamente.

204) Na Hepatite alcoólica os altos níveis de transaminase (AST maior que ALT) é sinal de lesão dos hepatócitos, o tempo de protrombina aumentado indica perda parcial da função hepática, a icterícia indica colestase e a amônia alta indica insuficiência.

205) Na Hepatite alcoólica a biopsia mostra hepatócitos balonizados com inclusões citoplasmáticas eosinofílicas globulares material amorfo denominadas corpúsculos de Mallory (corpos de Mallory), presente também no Fígado gorduroso não-alcóolico.

206) A Hepatite B aguda é indicada por HBsAg positivo e anticorpo IgM contra o antígeno central da hepatite B. Na maioria dos casos não há progressão para hepatite crônica, mas pode complicar com hepatite fulminante, cirrose ou carcinoma hepatocelular.

207) Em 8% dos casos, a Hepatite C aguda (50% por uso de dorgas endovenosas) progredirá para Hepatite C crônica, complicando com cirrose, carcinoma hepático ou fibrose portal, portanto, entra as hepatites virais, a Hepatite C é a de pior prognóstico.

208) 50% das pessoas infectadas pelo Vírus da hepatite C desenvolvem hepatite crônica. 20 a 30% desenvolvem cirrose hepática, e, podem desenvolver carcinoma hepatocelular após décadas. Provavelmetne porque os anticorpos IgG anti-HCV não são protetores.

209) A evolução Hepatite C crônica é de 6 meses ou mais, com necrose hepática centrolobular (igual à da Insuficiência cardíaca congestiva), inflamação portal e fibrose. Pode evoluir para carcinoma hepático, e, em 20 a 30% para cirrose hepática.

210) 50% dos casos de Hepatite C aguda (a IgG anti-HCV não é protetora) evolui para Hepatite C crônica (6 meses ou mais) há necrose dos hepatócitos na interface entre os tratos portais e o lóbulo hepático evoluindo para necrose em ponte e finalmente cirrose.

211) A Hepatite C crônica pode reinfectar porque os anticorpos IgG contra o HCV que se desenvolvem após infecção aguda não conferem proteção. O RNA do HCV permanece na circulação apesar da presença de anticorpos neutralizantes.

212) O tempo de protrombina (depende da síntese de protrombina e dos fatores da coagulação - II, VII, IX e X - dependentes de vitamina K) e a concentração de albumina indicam distúrbios de síntese hepática e estão alterados na Insuficiência hepática crônica.

213) Na Insuficiência hepática fulminante (por vírus da hepatite, acetaminofen, choque) há necrose hepática maciça com destruição de 80 a 90% dos hepatócitos causando hiperamonemia (por defeito do ciclo da uréia) complicando com Encefalopatia hepática.

214) Quase todas as Neoplasias maligna da vesícula biliar são adenocarcinomas (massa castanha, lobulada, firme, esponjosa) associados a colelitíase crônica (Vesícula biliar em porcelana). Metástases se disseminam para o fígado ou para a superfície peritoneal.

215) A Síndrome de Reye, é um distúrbio raro, grave, normalmente em crianças, com encefalite e rápido acúmulo de pequenas gotículas de gordura nos hepatócitos (esteatose microvesicular) que pode suceder uma doença viral e está associada ao uso de aspirina.

216) Na Diabetes mellitus a glicolização não enzimática irreversível do colágeno acumulado nas paredes arteriais acelera a aterosclerose por retenção de lipoproteínas de baixa densidade (LDLs) predispondo a deposição de lipídios e formação de ateromas.

217) No Diabetes mellitus o grau de glicosilação não-enzimática (processo no qual a glicose se liga expontâneamente a proteínas) é proporcional à glicemia. A hemoglobina glicosilada é função do glicemia nos 120 dias anteriores (tempo de vida da hemácia).

218) No Diabetes mellitus (tipo 1 e 2) o nível aumentado de hemoglobina A1c sugere hiperglicemia mal controlada (há pelo menos 120 dias), a hipoglicemia acentuada é compatível com overdose de insulina, a cetonúria sugere baixo consumo de alimento.

219) A glicosilação não-enzimática das proteínas no Diabetes mellitus é função da glicemia (não a causa da hiperglicemia). O tipo I é uma doença autoimune associada a determinados alelos das moléculas do MHC classe II. O tipo II há resistência à insulina.

220) Em adultos jovens o Infarto agudo do miocárdio consequente a aterosclerose acelerada (causadora de gangrena, em geral no pé) está frequentemente ligado a Diabetes mellitus avançado. Outra complicação é a glomeruloesclerose focal e a Insuficiência renal.

221) 95% dos caucasianos com diabetes mellitus do tipo 1 possuem alelos HLA-DR3 e/ou HLA-DR4, auto-anticorpos anti-descarboxilase do ácido glutâmico das ilhotas anos antes dos sintomas e insulite por infiltração de células T antes do dos sintomas ou no início.

222) No Diabetes mellitus tipo 1 a insulina plasmática está diminuída e o glucagon está aumentado o que aumenta o catabolismo do tecido adiposo. Os ácidos graxos liberados são oxidados formando os corpos cetônicos e, consequentemente, cetoacidose.

223) No Diabetes mellitus a causa mais comum de morte súbita é a cardiopatia isquêmica. A vasculopatia aterosclerótica avançada e acelerada causa isquemia no coração, rins e cérebro por estreitamento vascular, trombose ou doença tromboembólica.

224) No Diabetes mellitus as 2 alterações características da nefropatia diabética crônica são a Glomeruloesclerose difusa e a Glomeruloesclerose nodular. A complicação mais comum da nefropatia diabética é a Necrose papilar com Insuficiência renal progressiva.

225) Na Diabetes mellitus com neuropatia autonômica há acúmulo (por difusão) de glicose nas células de Schwann que é metabolizada pela enzima aldose-redutase intracelular em sorbitol e depois em frutose com aumento da osmolaridade intracelular e lesão celular.

226) No Diabetes mellitus tipo 1 antes dos sintomas há células inflamatórias, principalmente células T, nas ilhotas. A evidência ocorre quando há depleção significativa das células beta por perda de ilhotas de Langerhans a Insulinemia está muito diminuída.

227) Uma das complicações da overdose de Insulina para tratamento de Diabetes mellitus é o coma hipoglicêmico, causado pela hipoglicemia não compensada pela ingestão ou injeção de glicose e consequente lipólise causando a fomação de corpos cetônico (cetose).

228) O fator mais importante na patogenia do Diabetes mellitus tipo 2 é a resistência à insulina causada pela diminuição do número de receptores e redução da síntese e da translocação das unidades transportadoras de glicose (GLUTs), na gordura e no músculo.

229) No Diabetes mellitus tipo 2 com coma hiperosmolar não-cetótico há resistência à insulina, por diminuição relativa da inusulina plasmática, esta, ainda alta suficiente para evitar a cetose. A hiperglicemia resultante causa poliúria, desidratação e coma.

230) A Fibrose cística pancreática é uma doença autossômica recessiva do 7q31 com mutação do gene regulador da condutância transmembrana (CFTR). As secreções altamente viscosas causam obstrução ductal com atrofia dos ácinos e Insuficiência pancreática.

231) O Insulinoma benigno no pâncreas (Adenoma de células beta) é uma lesão celular circunscrita, em geral <1 cm, hipersecretante de insulina causando hipoglicemia, episódios de tontura, síncope, recuperação completa, hiperfagia compensatória e obesidade.>

232) O Insulinoma benigno é um tumor de células beta (70% das células das ilhotas de Langerhans) que secretam quantidades excessivas de insulina, pró-insulina e peptídeo C. São causas importantes de hipoglicemia com hiperfagia compensatória.

233) Na Neoplasia maligna da cabeça do pâncreas é comum haver dor abdominal, perda de peso e icterícia obstrutiva, com vesícula palpável, distendida e indolor das vias biliares (Sinal de Courvoisier-Terrier) causada pela massa invasiva da cabeça do pâncreas.

234) A liberação de lipases pancreáticas na Pancreatite aguda (em geral com dor abdominal intensa, hipotensão, choque e morte) causa áreas de necrose gordurosa no mesentério formando depósitos esbranquiçados (brancos gredosos) focais.

235) Na Pancreatite aguda, dependendo da extensão da necrose, pode haver a formação de uma massa cística causada por uma área liquefeita circundada por tecido de granulação, mas, por não ter revestimento epitelial é denominado pseudocisto.

236) 80% dos casos de Pancreatite aguda estão associados ao alcoolismo e a cálculos biliares recorrentes (além de infecção viral, drogas e hipertriglicidemia na faixa de 1.000 mg/dL. Uma complição é a hemorragia com focos de necrose gordurosa branco-amarelada.

237) Na Pancreatite aguda é comum haver história de doença da vesícula pré-existente. O aspecto do pâncreas é de edema acentuado com focos pretos avermelhados interpostos em todo o parênquima, além de aumento da amilase e da lipase plasmática.

238) A Síndrome do filho de mãe com diabetes gestacional é causada por hiperplasia das ilhotas fetais decorrente da hiperglicemia materna. Após o nascimento, as ilhotas continuam a funcionar excessivamente, resultando em hipoglicemia neonatal e macrossomia.

239) Os aminoácidos essenciais (não sintetizados) são: Valina, Leucina, Isoleucina, Fenilalanina, Metionina, Treonina, Lisina, Histidina (em lactantes), Triptofano e a Arginina (cuja síntese durante o período de crescimento na criança é insuficiente).

240) A gastrostomia (gastro+estoma+ia) é uma comunicação direta do estômago com o exterior, indicada na descompressão gástrica (principalmente pós-operatória), alimentação (em pacientes em coma prolongado ou traumatismo craniano) e esofagoplastia pré-torácica.