O termo "Informática Médica" foi introduzido em 1973 por Francois Grémy (1929-2014), médico e estatístico francês, que, em 1967, fundou a International Medical Informatics Association (IMIA) e por Peter Reichertz (1930-1987), médico alemão, que, em 1974, fundou o Institute for Medical Informatics na Hannover Medical School.
Morris Collen (1913-2014), médico e cientista americano e pioneiro em Informática Médica (IM), a definiu como “A aplicação da tecnologia de informação a todos os domínios de cuidados, ensino e pesquisa médica”. Outro conceito chave citado no artigo é o de “Informática Clínica”, e, tanto a Clínica Médica quanto a Cirúrgica têm uma base comum: a Semiologia Médica (ou Propedêutica: Estudo dos métodos de exame clínico). Em 1990 Edward Shortliffe (1947-), médico canadense e Marsden Blois (1919-1988), dermatologista americano, definiram IM como "Um campo em rápido desenvolvimento científico que lida com armazenamento, recuperação e uso da informação, dados e conhecimento biomédico para a resolução de problemas e tomada de decisão". A Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), asssociada ao IMIA define Informática em Saúde ou Informática Médica como "O campo científico que lida com recursos, dispositivos e métodos para otimizar o armazenamento, recuperação e gerenciamento de informações biomédicas.” e Informática Clínica como "O uso da tecnologia da informação e comunicação no atendimento em saúde, independente do grupo de profissionais envolvidos na assistência à saúde". As áreas de atuação da são: Sistema de informação em saúde, Prontuário eletrônico do Paciente, Telemedicina, Robótica e Realidade Virtual Aplicadas ao Cuidado em Saúde, Computação Gráfica e Processamento de Sinais e Imagens em Saúde, Sistemas de Apoio à Decisão Clínica, etc. Na década de 1980 foi tentada uma nova abordagem para a implementação de um Sistema de apoio ao Diagnóstico Clínico, a de que os elementos diagnósticos tivessem um peso arbitrário, o que também não resolveu o problema, já que o peso dependia do Diagnóstico, mas foi a base da Medicina Baseada em Evidências que teve origem nos trabalhos Francis Bacon (1561-1626), cientista inglês. Surpreendente é o fato de não ter sido considerado o inverso da frequência para valorar o peso do elemento diagnóstico! Enquanto isto a Ciência da Computação desenvolvia a Teoria dos Grafos de Leonhard Euler e um dos seus objetivos é encontrar um conjunto de elementos minimo (Síndrome minimal) capaz de identificar um conjunto maior. Como a definição de Grafo é um conjunto não vazio de elementos (diagnósticos) e outro conjunto das associações entre estes elementos (mome da patologia), então uma Patologia é um Grafo. |
Considerando a superposição das definições de Informática Médica, Informática em Saúde, Saúde Digital, Sistema de apoio à decisão, Medicina baseada em evidências, Optimização em saúde (tanto para o diagnóstico quanto para as políticas públicas) é possível discernir um modelo bipolar: de um lado o termo “médico” e do outro, “saúde”, ou, dito de outra forma, a doença (patologia ⇒ modelos determinísticos) em um extremo e o doente (paciente ⇒ modelos probabilísticos) no outro. Para as doenças (etiologia conhecida) a ponte para o doente é a via de transmissão e para as síndromes (doença de etiologia desconhecida) os fatores de risco.
Definimos Informática Médica como a “organização, processamento, análise e interpretação de informações médicas”, e, o uso da palavra Informática só se justifica se estes procedimentos envolverem métodos computacionais, portanto, banco de dados (memória), linguagem de programação (raciocínio) e páginas na web (comunicação) são ferramentas essenciais. O conceito de Fundamentos se refere a todas as fontes que tenham como desfecho o Diagnóstico (da patologia) ou oTratamento(do doente). Em relação à qualidade da informação, o Diagnóstico foi classificado em três níveis: o Laboratorial, o Clínico e o Epidemiológico. No campo “Laboratório” estão todos os dados laboratoriais, incluindo as medidas funcionais, biópsias, necropsias, etc.. No campo “Clínica” estão os elementos clínicos (sinais e sintomas) que caracterizam a patologia e, no campo “Epidemiologia”, estão todas as demais características, como idade, sexo, incidência, prevalência e outras, incluindo a via de transmissão do agente etiológico, ou, no caso das síndromes, os fatores de risco. |
Joffre de Rezende (1921-2015), médico brasileiro, em um dos seus artigos cita que "Cada termo médico, tal como ocorre em outras áreas do conhecimento, caracteriza um objeto, indica uma ação ou representa a síntese de uma ideia ou de um fenômeno, a definição de um processo, contendo em si, muitas vezes, verdadeira holofrase, cujo sentido está implícito na própria palavra.” e que “O uso de radicais gregos e latinos, comuns a vários termos, permite expressar em poucas palavras fatos e conceitos que, de outro modo, demandariam locuções e frases extensas”.
A ideia é gerar 3 listas (prefixo, radial e sufixo) e procurar as que fazem parte do nome das patologias cadastradas no banco associando-os ao seu respectivo significado. Para gerar estas lista inicialmente foi feita uma lista com o nome de todas as patologias cadastradas nos campos Termo e Sinônimos, a partir desta lista foi gerada uma outra lista de palavras individuais que, após a remoção dos epônimos e acrônimos, foi confrontada com a lista base do Prof Rezende usada para extrair o elementos formadores da palavra. Nos casos onde não foi possível a identificação optamos por considerá-lo um radical. O método é simples: 1º- Usando a função “explode” do PHP (linguagem de programação) foi gerada a lista de cada palavra dos campos Termo ou Sinônimos. 2º- A lista base do Prof. Rezende foi transformada em 3 arrays (listas) para os prefixos, radicais e sufixos. 3º- Combinando o comando Select com os arrays e o caractere especial * é possível verificar se aquele elemento no array iniciava ou se encontra no final de uma palavra do Termo. A manutenção destas listas também é simples uma vez que os 3 arrays estão diretamente na página index.php, portanto, basta editar a página e inserir ou modificar qualquer um dos elementos. |
O Diagnóstico de rua é como o nome diz um diagnóstico feito em qualquer lugar, incluindo a rua. Trata-se o reconhecimento de um elemento ou de um padrão, em essência é o estudo da Semiologia (Propedêutica) e a base da Medicina Clínica. A propósito, Semiologia é definida como “O estudo dos métodos de exame clínico”. A IBM Research anunciou que vai fazer pesquisas coma algoritmos de Inteligência Artificial com o Melanoma Institute Australia para ajudar no avanço da identificação de melanoma, à propósito, a mesma área de interesse do já citado Dr. Blois usando a tecnologia cognitiva. |
1- O Diagnóstico diferencial propriamente dito: A princípio faz parte do diagnóstico diferencial toda e qualquer patologia com pelo menos um elemento clínico comum, estes elementos poderiam ser facilmente encontrados por processamento, mas, o número de diagnósticos diferenciais seria muito grande. Optamos por restringi-los apenas aos que são citados nos compêndios e sites especializados, há ainda a possibilidade de descobrir o(s) elemento(s) de maior relevância clínica. É importante destacar que, se uma patologia A faz diagnóstico diferencial com outra patologia B, esta, a patologia B também faz diagnóstico diferencial com outra patologia B. Por outro lado se a patologia A é diferencial de C e B também faz diferencial com C, não necessariamente A é diferencial de B, em outras palavras, não há uma relação de transitividade.
2- As Complicações: A rigor não faz parte de diagnóstico diferencial. São patologias associadas pouco frequentes que, se manifestada antes da doença de base, podem complicar bastante o diagnóstico. É semelhante a uma baixa adesão ao tratamento. Por outro lado, devemos considerar o fato de que, na maioria das vezes as complicações surgem em pacientes vulneráveis como em desnutridos, pré-maturos, idosos, gravidas, etc. 3- Os Superdiagnósticos: É semelhante às Complicações, só que neste caso o diagnóstico é, por assim dizer, a “ponta do iceberg” de uma patologia, em geral de evolução crônica. A observação de transitividade também se aplica aos Superdiagnósticos. |
O Brasil é signatário da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), portanto não há necessidade aparente de uma nova abordagem classificatória. Ocorre que toda classificação é baseada em um conjunto de critérios, no caso, o Sistema envolvido e a etiologia, esta última, muito importante para definir políticas públicas, mas não para a formação do diagnóstico, uma vez que este já foi firmado. Como alternativa, analisamos o nome da patologias e, retirando os epônimos e os acônimos, a grande maioria se refere ou a anatomopatologia ou a fisiopatologia de modo que uma mesma patologia pode ser classificada duas vezes. Um caso particular foram as Neoplasias, que, apesar do nome foram classificadas como uma Disgenesia, não Displasia. |
Recentemente a Corregedoria Geral da União solicitou à Pró-Reitoria de Pós-graduação da UFC o cadastramento dos projetos de pesquisa, incluindo as palavras chaves. Apesar de aumentar a visibilidade da UFC, o simples armazenamento destas informações não auxilia de maneira eficaz outros pesquisadores a usarem esta base de dados. Portanto, é necessária uma organização que posssibilite um processamento, que, no caso dos projetos de pesquisa, seria, sem dúvida, as palavras chaves. Neste projeto, o campo “Clínica”, é onde estão organizadas as características da patologia com o elemento principal precedido de um ponto-espaço e, eventuamente, seguido por vírulas para adicionar os seus atributos e finalizando com um ponto. Esta forma de organização permite uma fácil manutenção da base de dados. Fazendo uma analogia, o Projeto de pesquisa corresponde a uma Patologia e as palavras chaves correspondem a um elemento diagnóstico. Na definição do Diagnóstico alguns elementos (ou subconjuntos) são mais importante que outros e são capazes de “fechar o Diagnóstico” são chamados de “patognomônicos”, como as manchas de Koplik no Sarampo ou a tríade “Polifagia + Polidipsia + Poliúria” na Diabetes mellitus. Assim, tendo um banco de dados com estas Síndrome patognomônicas, bastaria encontra-las no Prontuário e o diagnóstico estaria feito. Infelizmente o número destas Síndromes é pequeno e, pior, elas podem não estar presentes justificando o axioma “Na Medicina é como no Amor, nem sempre nem nunca”. |
O estudo de casos clínicos é uma ferramenta muito usada no ensino da Medicina e o objetivo principal é desenvolver o raciocínio clínico, que consta em identificar no Exame Clínico as síndromes “menores” como, uma inflamação e combiná-las até o diagnóstico etiológico nesta caso uma Doença ou, no caso de não haver uma causa conhecida, uma Síndrome. O grande problema é que, quando há elementos de confusão, que não guardam associação com o caso apresentado, ou, quando há outra patologia concomitante.
Este problema pode ser resolvido procurando todas as síndromes minimais pré-processadas no referido caso. Resta ainda a possibilidade de que um (ou mais) elemento clínico não faça parte destas síndromes minimais, neste caso, a solução é listar as patologias por ordem descescente em relação ao número de elementos clínicos reconhecidos. A ideia é, portanto, uma generalização dos “Sistemas especialistas”, onde, mesmo se combinando aleatóriamente os elementos clínicos de patologias diferentes o resultado, ainda assim, é consistente. Em essência, trata-se de um reconhecimentode padrões de subconjuntos de elementos (usando a lista de síndromes minimais) em um texto qualquer. |
Diferentemente dos dois tópicos anteriores onde a ligação (arestas) entre as elementos clínicos (vértices) é o nome da patologia, nos mapas conceituais o nome da patologia liga as origens (também chamados causas primárias ou fontes). A base de dados fundamental para a construção dos mapasé uma lista de pares “causa-consequência”. A origem destes pares são, principalmente, os esquemas fisiopatológicos muito usados na educação médica e o principal algoritmo utilizado para determinar os caminhos formados porestespares é chamado de “Busca em profundidade”. Os pares que formam os caminhos são convertidos na tabela de entrada do Graphviz que por sua vez gera o mapa conceitual (grafo) e os mais famosos são as vias metabólicas, como na figura abaixo.
Apesar de ser visualmente atraente e de fácil entendimento,quando se analisa os caminhos usando o já citado algoritmo “Busca em profundidade” são comuns as inconsistências entre as fontes (variável sem causa) e os sumidouros (variável sem consequência). Tecnicamente os grafos gerados por pares do tipo “causa-consequência” são chamados de “grafos orientados”. A ideia geral na construção de um mapa é:1º - associar a Cínica ao Laboratório, assumindo que os elementos clínicos são consequências aos elementos laboratoriais. 2º- usar modelos fisiopatológicos conhecidos para mapear as causas dos elementos laboratoriais envolvidos e 3º - usar estes mapas para integrar um conjunto qualquer de elementos clínicos criando assim, novas patologias com respaldo fisiopatológico incluindo tratamento, em outras palavras, a ideia e criar um simulador fisiopatológico tendo como desfecho os exames laboratoriais e/ou oselementos clínicos. |